sábado, 27 julho

    O Álcool é o vilão

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    Nas férias, as pessoas viajam mais e acabam exagerando nas doses, sem a conscientização de que álcool e direção não combinam. Resultado, o número de acidentes aumenta consideravelmente, principalmente na festa de Ano Novo.
    Segundo a neurologista e membro da Academia Brasileira de Neurologia, Maria Fernanda Mendes, toda equipe que fica de plantão em pronto-socorro está ciente de que a noite de Reveillon é recorde de atendimento e metade das ocorrências transcorre do excesso de álcool. Acidentes de trânsito, pessoas embriagadas que estimulam brigas e outras em estado de coma alcoólico, várias são as causas que levam indivíduos a lotar os hospitais neste período do ano.
    A bebida alcoólica no organismo provoca intoxicação e o hábito de “tomar apenas uma latinha” todos os dias é um sinal de alerta. Imperceptível a muitos, o desejo de consumir álcool diariamente já pode ser um vício. Culturalmente aceitável, a busca do prazer e do relaxamento que a ingestão de cerveja, vinho, whisky pode causar, seja em um happy hour com os amigos do trabalho ou mesmo em casa, pode representar um hábito fatal.

    A gra­vi­da­de está na falta de con­tro­le

    Os pais tam­bém pre­ci­sam estar aten­tos por­que desde a ado­les­cên­cia a inges­tão de ­álcool é per­ce­bi­da e a gra­vi­da­de está na falta de con­tro­le. Os ado­les­cen­tes e ­jovens bebem dema­sia­da­men­te além de seus limi­tes e aca­bam come­ten­do atos indig­nos. Mas qual o limi­te para beber com mode­ra­ção? Segun­do a Dra. Maria Fer­nan­da a resis­tên­cia ao ­álcool depen­de do sexo, peso, quan­ti­da­de de gor­du­ra no corpo, se a pes­soa pra­ti­ca ou não exer­cí­cios físi­cos, se não está em jejum e ainda se faz uso de algu­ma medi­ca­ção. Em geral, acima de duas doses de bebi­da des­ti­la­da, cujo grau de ter alcoó­li­co é ele­va­do, já é con­si­de­ra­do exces­so.
    E por­que a bebi­da alcoó­li­ca alte­ra os refle­xos de uma pes­soa? A neu­ro­lo­gis­ta expli­ca que o ­álcool é ini­bi­dor do sis­te­ma ner­vo­so cen­tral. “É como se tomás­se­mos um cal­man­te para dor­mir. Quan­do bebe­mos, nosso cen­tro de res­pos­ta e nossa per­cep­ção atra­sam, fica­mos em esta­do de rela­xa­men­to”, infor­ma. Por isso, as pes­soas têm a sen­sa­ção de pra­zer e dizem “estar ale­gres”.
    A ale­gria momen­tâ­nea, no entan­to, pode se trans­for­mar numa pro­fun­da tris­te­za se o con­su­mo de ­álcool não for mo-dera­do. A bebi­da mata de qual­quer forma – rapi­da­men­te ou vaga­ro­sa­men­te. O risco de o alcoó­la­tra ­sofrer um aci­den­te, mor­rer e ainda matar ­outras pes­soas é enor­me, mas as con­se­quên­cias que este indi­ví­duo pode tra­zer às víti­mas de tra­gé­dias oca­sio­na­das pelo ­álcool são ainda mais ­sérias e trau­má­ti­cas.
    Meta­bo­lis­mo – O exa­ge­ro da bebi­da alcoó­li­ca no orga­nis­mo causa, além de pro­ble­mas no fíga­do, perda de massa mus­cu­lar e défi­cit da vita­mi­na B12, que pode levar o indi­ví­duo à ane­mia sem per­ce­ber, por ser uma doen­ça silen­cio­sa. A B12, encon­tra­da em ali­men­tos como a carne ver­me­lha, prin­ci­pal­men­te no fíga­do, é essen­cial para o fun­cio­na­men­to nor­mal do meta­bo­lis­mo de todas as célu­las, espe­cial­men­te das do intes­ti­no, medu­la óssea e do teci­do ner­vo­so.
    A médi­ca Maria Fer­nan­da salien­ta que uma pes­soa que já adqui­riu o hábi­to de beber todos os dias deve pro­cu­rar mudar sua roti­na e se não con­se­guir fazê-lo sozi­nha, pro­cu­rar urgen­te um clí­ni­co geral, expli­car a situa­ção e fazer os exa­mes e acom­pa­nha­men­tos neces­sá­rios para ava­liar o que o ­álcool já cau­sou em seu orga­nis­mo. Se o caso de depen­dên­cia for grave, bus­car ajuda de um psi­quia­tra é o cami­nho mais apro­pria­do.

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