domingo, 22 dezembro

    Violência nas escolas

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    Na sexta-feira, 20 de outubro, Dia Mundial de Combate ao Bullying, um adolescente de 14 anos, levou uma arma para a escola onde estuda, em Goiás, e efetuou vários disparos. Duas crianças foram mortas e outras cinco ficaram feridas. O adolescente disse que agiu motivado pelo bullying e que se inspirou nos ataques em massa nas escolas.

    Para alguns especialistas, o caso de Goiás guarda semelhanças com o massacre de Columbine, nos Estados Unidos, em 1999, quando os estudantes Eric Harris e Dylan Klebold entraram na escola onde estudavam e dispararam várias vezes contra outros alunos e se mataram. Além da dupla, 12 pessoas morreram e outras 25 ficaram feridas.

    O bullying foi também a motivação alegada por Wellington Menezes, autor do massacre na Escola Municipal Tasso da Silveira, no Rio de Janeiro, em abril de 2011. Ele disparou mais de 100 tiros contra vários alunos e se matou. Doze adolescentes morreram. Os maus tratos por parte dos colegas foram apontados por Wellington, em carta, como a principal causa dos crimes que cometeu.

    Outras dezenas de casos que tiveram o bullying como motivação, aconteceram em escolas do mundo todo. Eles revelam uma violência cada vez mais presente no ambiente escolar, e que não é atual.

    Em 2015, o psiquiatra americano Timothy Brewerton, que tratou de alguns dos estudantes sobreviventes do massacre de Columbine, apresentou, no Rio, estudo realizado pelo serviço secreto do país cujo resultado apontou que, nos 66 ataques em escolas que ocorreram no mundo de 1966 a 2011, 87% dos atiradores sofriam bullying e foram movidos pelo desejo de vingança. A pesquisa apontou que em 76% dos ataques no mundo os assassinos eram adolescentes e tinham fácil acesso às armas de parentes.
    Segundo a UNICEF, um em cada três jovens entre 13 e 15 anos de idade é vítima de bullying na escola em todo o mundo.

    Casos de agressões entre alunos, física ou emocional, revelam que estamos lidando com um sintoma social que compromete as escolas, a infância e o futuro das crianças envolvidas, sejam elas alvo ou agressores. Bullying não é exagero, não é drama, não é piada inofensiva. Subestimar a violência escolar e negligenciar esta realidade poderá ocasionar novas histórias trágicas.