Debate com a população
A presença do secretário municipal de Saúde, Fabrício Simões, é esperada na Câmara ainda esta semana. A solicitação partiu de um ofício emitido pela presidência da Casa, que busca saber mais detalhes sobre as pretendidas modificações na Unidade de Pronto Atendimento da regional Sede, conhecida como Unidade XVI.
O convite reforça, ainda, um requerimento apresentado e destacado pelo vereador Carlin Moura (PDT), durante a reunião ordinária da última terça-feira (26/10), quando ele solicitou formalmente informações do Executivo sobre as intenções de utilização da UPA Sede para outros fins.
No Grande Expediente da plenária, o presidente da Câmara, vereador Alex Chiodi, explicou que na última semana foi realizada, na UPA Sede, uma reunião envolvendo a Secretaria de Saúde e servidores da unidade; inicialmente, a proposta é transformar o local, que atualmente funciona como unidade de internação para pacientes pós Covid-19, em uma estrutura da Rede de Atenção Psicossocial, com espaço reformado e adaptado.
“No entanto, lamento a falta de diálogo da Secretaria de Saúde dessa cidade com os vereadores e com a Comissão de Saúde da Câmara, de forma especial, sobre esta proposta. Como debater uma importante modificação sem ouvir a população que a utiliza e também esta Casa?”, questionou Chiodi que, apesar de não ter sido formalmente convidado para a reunião, acabou sendo informado sobre ela, no momento em que acontecia, e compareceu.
Ainda segundo o vereador, assim que comunicado sobre a reunião, entrou em contato com a prefeita Marília Campos para solicitar a abertura de diálogo, a fim de que a decisão pudesse ser fundamentada em um debate que envolvesse a população, a Câmara e o Conselho Municipal de Saúde. “E aí, gostaria de enaltecer a prefeita que, indiferente do ocorrido e do erro de condução da Secretaria de Saúde, garantiu que esse debate vai acontecer”, completou.
Mal entendido – Outro mal entendido que Chiodi fez questão de desfazer foi sobre uma reunião que aconteceu no fim da tarde da última segunda-feira (25/10), no plenário da Câmara, com a presença de líderes comunitários, moradores da Sede, servidores da Unidade XVI e também de alguns vereadores.
Segundo Alex, a informação disseminada foi que a Câmara havia marcado uma reunião no plenário para a discussão do fechamento da Unidade XVI. Porém, o vereador afirmou que o encontro se tratava, na realidade, de uma reunião que envolveria o seu gabinete, sobre assuntos de seu mandato, e que contaria com a participação de uma integrante do Conselho Municipal de Saúde.
“Não havia, por parte da Câmara, nenhuma convocação de uma ampla reunião para debater o assunto. O que havia era uma reunião do meu gabinete, o que acontece normalmente nos gabinetes dos outros vereadores da Casa”, explicou. Porém, diante das manifestações e movimentos das redes sociais, a reunião acabou se transformando em uma conversa no plenário, onde as pessoas que vieram ao prédio do Legislativo puderam também participar.
O presidente da Comissão de Saúde da Casa, vereador Vinícius Faria (Republicanos), se manifestou sobre o assunto. Ele reforçou a postura correta de Chiodi e criticou duramente a conduta da Secretaria de Saúde.
“É claro que o Executivo não é obrigado a nos chamar nem nos consultar sobre todas as políticas públicas, mas diante da atuação firme da Comissão de Saúde, que nunca se furtou ao trabalho, não poderíamos deixar de participar de uma discussão tão séria”, disse, lembrando do protagonismo da Comissão de Saúde no caso do IGH.
Futuro da UPA Sede
em discussão na cidade
No início da noite desta quarta-feira (27/10), no hall da Prefeitura de Contagem, os moradores da regional Sede debateram com a administração o futuro da atual UPA Sede, usada desde 2020 como unidade de internação de pacientes com Covid-19. Estiveram presentes a prefeita Marília Campos; o vice-prefeito Ricardo Faria; os secretários de Saúde e Governo, Fabrício Simões e Pedro Amaral; o administrador da regional Sede, Lindomar Diamantino; a vereadora Moara Saboia, os dirigentes do Conselho Municipal de Saúde de Contagem, representantes de distritos sanitários e sociedade civil.
Devido à diminuição das taxas de internação e ocupação de leitos, a reunião foi a primeira de uma série que deverá ocorrer para debater a destinação do equipamento. “A UPA Sede, há dois anos, foi destinada para o tratamento de pacientes com Covid-19. Mas com os nossos índices estando a cada dia mais estáveis, os questionamentos em relação a este local têm crescido. Uma alternativa é colocar na UPA Sede um novo equipamento e essa solução será decidida após debatermos. O certo é que não fecharemos unidades. O que vamos fazer é dar a melhor destinação possível a cada uma delas, para melhor atender a população”, destacou a prefeita Marília Campos.
Possibilidades – Novas reuniões deverão ser marcadas para ouvir e debater com a população alternativas para a destinação da UPA Sede. Algumas das alternativas apresentadas pela população foi que a Prefeitura passe a utilizar outros espaços como UBS e voltasse a UPA a funcionar como antes da pandemia. A prefeita Marília Campos levantou, também, outras probabilidades, discutidas e sugeridas em reuniões anteriores: “Hoje temos a possibilidade de reabrir o local com um outro serviço, como UBS, podendo agregar algo mais adiante. Não é a única proposta. Estamos ouvindo outras opções. Mas vamos construir essa decisão baseando em qual será o melhor serviço, o mais viável e o que podemos sustentar”.
O assunto começou a ser debatido na última quinta-feira (21/10) quando em um encontro com funcionários da UPA Sede foram apresentadas propostas: uma, de transformar o equipamento em um Centro de Atenção Psicossocial – Caps AD, dentro da estrutura da Rede de Atenção Psicossocial, totalmente reformado e adaptado; e outra, de reformar a UPA Sede e transformá-la em UBS, com atendimento estendido. Ambas ainda se encontram embrionárias e a Prefeitura avalia outras sugestões.