Com o crescente número de casos comprovados do novo coronavírus, diversas medidas foram adotadas pela população, empresas e pelos governos municipais, estaduais e federal. No Brasil, até 1° de abril, já foram contabilizados mais de 5.800 casos confirmados e 203 mortos pela doença. Além das perdas humanas, os impactos na economia serão devastadores. Um levantamento da Fecomércio MG mostrou que cerca de 79% dos entrevistados estão sofrendo algum tipo de impacto negativo em seu negócio devido ao avanço da Covid-19.
A pesquisa de opinião também demonstrou que 60,5% dos empresários de Minas Gerais afirmaram ter paralisado suas atividades, sendo que a maioria as manterá suspensas por tempo indeterminado. Por outro lado, cerca de 20% não paralisaram suas atividades, dada a essencialidade do bem vendido e/ou serviço prestado ou a adoção do regime home office (na legislação, teletrabalho).
Entre os setores mais impactados, segundo o levantamento, estão serviços (89,5%), comércio varejista (85,3%), indústria (84,8%), comércio atacadista (80,4%) e agricultura (65,6%). Não à toa, a Confederação Nacional do Comércio (CNC) estima que somente o varejo mineiro perderá R$ 4,45 bilhões entre 23 de março a 10 de abril, uma queda de quase 28% no faturamento para o período.
O economista-chefe da Fecomércio MG, Guilherme Almeida, avalia que os dados refletem perdas em todos os setores, pois eles compõem uma cadeia de atividades básicas para a população. “Sabemos da importância da adoção de medidas para mitigar o avanço do coronavírus, seguidas conforme recomendações dos órgãos de saúde. Mas, como a atividade produtiva funciona em cadeia, quando um setor desaquece, vários outros sentem os impactos dessa ociosidade”, ressalta.
Os resultados acendem o sinal de alerta sobre a adoção de ações que contribuam para minimizar esses impactos, principalmente para as micros e pequenas empresas. “Até o momento, 54% dos entrevistados afirmaram que as perdas em vendas, prestação de serviços e produção já estão acima dos 50%. Além disso, 45% afirmaram que os preços praticados por seus fornecedores aumentaram ou irão aumentar em decorrência da quarentena”, explica o economista-chefe.