Embate entre governo e oposição ficou mais radical desde que o ex-presidente Lula foi beneficiado por uma decisão do Supremo Tribunal Federal que mudou o entendimento a respeito do cumprimento da pena após condenação em segunda instância.
Se Lula sobreviver às acusações, será um nome forte para concorrer ao Planalto nas eleições de 2022, embora as investigações contra ele diminuam a chance de vitória
A sociedade brasileira não só assiste a este raivoso embate, alimentado por ambos os lados com gasolina atirada ao fogo. Isso pode ser visto, por exemplo, no confronto entre simpatizantes de um lado e de outro, a qualquer hora, em qualquer lugar. Antes, confronto semelhante só era visto no futebol, quando as torcidas organizadas de equipes rivais – coloca rivalidade nisso – resolviam se engalfinharem até a morte. Agora, sob o mais tênue pretexto, o embate se dá nas principais ruas, nas principais cidades do pai, a começar por Brasília.
A raiva animalesca, aliada à incompreensão, ao não saber e querer ouvir argumentos e contra argumentos, à total falta de bom senso e completa ausência de razão, vem sendo alimentada com ferocidade. Só a guerra interessa. E o que se quer, ao final das contas, é o poder. O poder pelo poder para satisfazer a interesses mesquinhos
Ao que parece ninguém quer ceder. Enquanto essa ferocidade se auto alimenta e cresce, as instituições vão perdendo força diante de uma sociedade que aceita tudo e se conforma, acha normal que crimes sejam cometidos, que liberdades sejam violadas, que direitos consagrados pela Constituição sejam ignorados. Há juízes, mas não há justiça.
Fora isso temos também as fake news, termo escolhido como palavra do ano de 2017 pelo dicionário da editora britânica Collins e designa notícias fabricadas para enganar pessoas. Esse tipo de mentira já teve protagonismo nas eleições americanas e causou impacto semelhante no pleito brasileiro.
Por tudo isso e muito mais, o discurso de mudança, na maioria das vezes, não é ouvido. Podem até surgir propostas novas, projetos novos, pessoas e ideias novas, mas o homem está velho e decadente. É responsabilidade de cada cidadão, portanto, cumprir seu papel e buscar alternativas.
Oxalá, nossas instituições respirem mais sensatez, mais bom senso. Do contrário, como aprendemos desde cedo, que o bom Deus nos ajude, proteja e guarde!