Relembrando antiga batalha política que se redundou na reconquista de sua independência, é oportuno e interessante discorrer so- bre sua verdadeira história: conta-se que em 1938, o então Governador, rebaixou o município à condição de Vila Distrital de Betim, sob a alegação de que CONTAGEM não possuía recursos suficientes para manter-se na condição de município. Mas, diziam as más línguas que a iniciativa do Governador foi tomada por ressentimento. Ele estava de viagem marcada para Esmeraldas, e antes mandou aviso ao prefeito de CONTAGEM dizendo que permaneceria na Estação Bernardo Monteiro por uma hora, mais ou menos, e que o prefeito deveria estar lá com o povo para recebê-lo. Não se sabe por que o prefeito faltou e,o Governador que esperava ser recepcionado com a “furiosa” banda de música e tudo mais, se viu obrigado a permanecer na companhia do chefe da estação por mais de uma hora a espera da Comitiva Municipal e da população que lá não se compareceram. Indignado, seguiu viagem para Esmeraldas, antes bufando e demonstrando sua decepção e humilhação. Ao retornar à capital, um dos primeiros atos foi rebaixar CONTAGEM a condição de Vila Distrital de Betim.
Essa situação durou até 1949 quando um grupo de notáveis se encarregou de revertê-la. Ocasião em que foi feito um pacto entre os dois maiores partidos da época: União Democrática Nacional – UDN, e Partido Social Democrático – PSD, que apesar de adversários “ferrenhos” tiveram que se unir para conseguirem desmembrar a Vila Distrital de Betim à anterior condição de município, que agora, no dia 30 de agosto do ano em curso, completa 108 anos de emancipação.
CONTAGEM já foi o maior município interiorano do estado de Minas Gerais em população, produtividade industrial e arrecadação tributária. Continua sendo um dos grandes municípios brasileiros comprometido com a ecologia e outras vertentes na busca do bem social coletivo que, evidentemente, depende do crescente desenvolvimento sustentável.
E quando se trata da preservação da memória de um povo, é fundamental para que as pessoas busquem sua origem não ignorando a história de sua família e de seu município. Espaços como a igreja de São Gonçalo e seu entorno cultural; a estação ferroviária Bernardo Monteiro, a Casa de Cacos, os Parques Ecológicos, a valiosa comunidade dos Arturos e outros exemplos de patrimônios que devem ser valorizados e preservados como referências para nossa laboriosa população.
A história de CONTAGEM precisa ser divulgada e conhecida pela juventude estudantil, para que o contagense, desde criança, comece a sentir orgulho do seu município. Dessa forma as escolas da rede municipal, estadual e privada estarão prestando mais uma grande contribuição, fortalecendo a identidade da cidade e de seu povo.
Óbvio e Indubitável: quem desconhece e menospreza suas origens deixa de ser de algum lugar para ser de lugar nenhum…
Alberto de Andrade Silva – Comendador Grãcruz da Ordem do Mérito Educação e Integração. Cidadão Honorário de Contagem e Membro de várias Instituições de Cunho Social – alas.pafis@gmail.com