Com objetivo discutir com a diretoria da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) o iminente rompimento de contrato entre a estatal de energia e a Caixa Econômica Federal (CEF) pelo qual as casas lotéricas são autorizadas a receber pagamento de contas de energia elétrica no Estado, uma comissão formada por deputados estaduais e representantes de casas lotéricas visitou a sede da empresa, em caráter de urgência.
A visita resultou de mobilização dos parlamentares e lotéricos, reunidos, na quarta-feira (13/06), para discutir o assunto, em audiência pública da Comissão de Defesa do Consumidor e do Contribuinte da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). Durante a reunião, enquanto deliberavam sobre a aprovação da visita à sede da estatal e também à Caixa Econômica, receberam telefonema da Cemig convidando os parlamentares para uma reunião.
Eles foram recebidos por diretores da empresa que explicaram o impasse comercial que levou ao cancelamento do contrato com a Caixa. Segundo a estatal, o banco quer aumentar a tarifa cobrada por boleto recebido, mas o valor não foi aceito pela Cemig.
Além da ida à Cemig, a comissão aprovou também, ao final da audiência, uma visita à sede da CEF regional, no município de Belo Horizonte, para debater a rescisão de contrato de prestação de serviços envolvendo Cemig, CEF e casas lotéricas.
Segundo os participantes da audiência, o fim da relação contratual acarretará grande impacto social, com prejuízos não só para as lotéricas, que já operam o serviço há anos, mas para a população de modo geral, sobretudo nos bairros periféricos da capital e das cidades maiores e nos municípios de menor porte que, muitas vezes, não contam com rede bancária credenciada.
O desacordo entre a Caixa e a estatal mineira se deu devido a uma diferença de apenas 20 centavos por conta paga, que passaria de R$ 0,52 para R$ 0,73 a partir de 1º. de julho.
Diante da falta de acordo, a Cemig anunciou que a partir do próximo dia 26 as lotéricas já não poderão receber mais as contas de energia elétrica. A medida pegou de surpresa tanto os lotéricos quanto os usuários. Em BH, o consumidor recebeu um panfleto da empresa indicando 15 postos de pagamento em lojas como padarias, drogarias e supermercados, em substituição às 230 casas lotéricas antes credenciadas.