segunda-feira, 23 dezembro

    Fim do ano letivo

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    2020 foi um ano conturbado para a toda a sociedade, principalmente para crianças e adolescentes. Pela primeira vez, eles tiveram que enfrentar um período escolar totalmente diferente do que estavam acostumados, devido a pandemia mundial de coronavírus. A mudança na rotina, seguido da dificuldade em se readaptar, fez aumentar os níveis de estresse, além do índice de doenças psicológicas nessa faixa-etária.
    De acordo com uma pesquisa realizada na Inglaterra pela YoungMinds, mais de 80% das crianças e jovens viram sua saúde mental piorar durante o isolamento social. Enquanto isso, no Brasil, a pesquisa “Educação não presencial na perspectiva dos alunos e famílias” – realizada pelo instituto Datafolha, em parceria com a Fundação Lemann, o Itaú Social e a Imaginable Future -, detectou, desde o início da pandemia, o aumento em problemas como falta de motivação, tristeza, irritação e ansiedade em adolescentes de todo o país.
    Segundo Roneida Gontijo, psicóloga e psicopedagoga, o final do ano pode intensificar tais problemas, já que o fim do ano letivo e expectativas sobre o que foi aprendido e o próximo ano, preocupa bastante os filhos, além dos pais. “Eles acabam se cobrando muito mais nesse momento. O aprendizado foi difícil nesse ano, muitos estudantes tiveram dificuldade para se adaptar às plataformas de ensino à distância, devido a falta de estrutura e ao nosso modelo cultural de ensino. Por isso, muitos chegam agora no final do ano com a sensação de que fracassaram ou que poderiam ter se esforçado mais”, diz.
    Roneida acrescenta que esses sentimentos são gatilhos fundamentais para o desenvolvimento ou intensificação de problemas psicológicos, tais como a ansiedade, depressão, estresse, dentre outros.
    A psicóloga também comenta o agravante para os adolescentes que estão terminando o ensino médio. “Em janeiro, acontece o ENEM e os principais vestibulares do país. Essas são provas que, para a maioria dos estudantes, definem a relação deles com o futuro. Portanto, a preocupação e a carga emocional estarão ainda mais à flor da pele”, alerta.
    Roneida concorda que o período é difícil para conseguir reduzir o estresse. Porém, a especialista afirma que alguns hábitos são decisivos para manter o equilíbrio e evitar riscos à saúde psicológica e física.

    Especialista indica formas de reduzir a ansiedade e outros transtornos psicológicos para os jovens neste ano atípico para a vida escolar

    Confira os principais:

    Acompanhamento médico:
    Nesse momento, o psicólogo é o principal aliado. O acompanhamento com esse profissional é fundamental para manter o bem-estar, seja na infância, adolescência ou vida adulta. Além disso, a rotina médica com especialistas na saúde física também deve ser mantida, já que o emocional também pode afetar o funcionamento de todo o organismo.

    Compreensão dos pais:
    Os pais também possuem papel essencial na saúde dos filhos. Nesse momento, é necessário dar apoio e compreender as dificuldades deles. Evite cobrar o mesmo desempenho escolar de antes da pandemia. Mantenha o diálogo aberto e saiba relevar situações em que eles não tiveram culpa.

    Lazer também é necessário:
    Evite exageros, mas também permita que os jovens façam atividades que gostam. Permita o uso do celular, conversas com amigos, dentre outras atividades que os façam se sentir mais relaxados.

    • Psicóloga e psicopedagoga