domingo, 22 dezembro

    Andropausa em alta

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    Com o passar dos anos, ocorre uma queda na produção do hormônio masculino, a testosterona, levando a sintomas como sensação de cansaço, depressão, alterações no humor, perda de massa muscular e o aumento da gordura corporal – principalmente no abdômen – além de disfunções sexuais. A constatação foi feita por meio de estudo da Sociedade Brasileira de Urologia. Na pesquisa, foram ouvidos 3,2 mil homens em oito capitais.

    Entre os entrevistados, 51% disseram nunca ter ido ao médico, 30% atribuíram os sintomas da andropausa ao excesso de trabalho e ao estresse do dia a dia, e 68% disseram não saber a diferença entre terapia de reposição hormonal e o uso de estimulante sexual.

    O consumo de hormônios para alterar o corpo é um comportamento que tem se tornado atrativo. É uma prática antiga e que somente agora veio à tona de forma clara, mas faltam informações básicas.
    Sempre se ouviu falar em reposição hormonal, um tratamento comum entre as mulheres, mas um tabu entre os homens. Muitos não sabem nem o que significa andropausa, muito menos como tratar esta disfunção que também é tratada por meio de hormônios, com orientação médica. Mas se falarmos em testosterona para crescimento muscular e tratamento estético, com certeza muitos conhecem e usam de forma totalmente indevida.
    A testosterona é encontrada no corpo dos homens e mulheres, mas os homens têm cerca de 10 a 15 vezes mais testosterona. Assim como outros andrógenos, o hormônio é mais famoso pelos seus efeitos nas características sexuais. Simplificando, a testosterona é o hormônio que representa as características masculinas.

    Ela estimula o crescimento do órgão genital masculino e é fator decisivo na produção de esperma, fortalece cordas vocais, aumenta a taxa de crescimento de pelos faciais e corporais, causa impactos no corpo, controla a distribuição de gordura, e simplesmente faz os homens mais viris, porém somente deve ser administrado com prescrição medica,

    conta o andrologista e cirurgião vascular e presidente do Instituto Paulista, Dr. Carlos Araujo Pinto.
    A Testosterona age desde o nosso couro cabeludo, até as pontas dos dedos do pé. Ela é uma hormona esteroide de 19 carbonos produzidos principalmente pelas células de Leydig dos testículos (nos homens) e os ovários (em mulheres). E pequenas quantidades são produzidas nas glândulas supra-renais de ambos os sexos.
    Segundo o especialista, a testosterona em excesso pode sobrecarregar as funções do fígado e até provocar o desenvolvimento de câncer. “Os medicamentos compostos por hormônios só podem ser consumidos com receita e acompanhamento médico, embora seja comum a automedicação, o que é, de fato, muito perigoso”, alerta. Ele ainda ressalta que as alterações no corpo são definitivas, mesmo após a suspensão das substâncias.
    O uso da testosterona sem prescrição médica preocupa cada vez mais a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM). Para a entidade a estimativa é de o consumo indiscriminado nesse hormônio tenha aumento até 100 vezes nos últimos 30 anos e chama atenção para os problemas que o consumo sem acompanhamento médico pode causar.

    A reposição é indicada para os homens e mulheres e para os transexuais, porém sempre com acompanhamento médico, explica Dr. Carlos Araujo.

    Testosterona baixa é algo mais comum do que se imagina

    Vários fatores podem influenciar nos baixos níveis de testosterona. Eles vão desde a alimentação ao estilo de vida, consumo de produtos que usam embalagens com bisfenol, própria genética, entre outros.
    Hoje em dia os homens, em geral, estão com níveis de testosterona mais baixos que as gerações anteriores.
    A reposição hormonal masculina é indicada para tratamento da andropausa – distúrbio hormonal causado pela baixa produção de testosterona no organismo durante a fase de envelhecimento.
    É necessária para saúde física e sexual do homem, além de trazer diversos benefícios, pois combate diretamente sintomas como perda do desejo sexual, dificuldade de ereção, depressão, irritabilidade, cansaço, alteração de humor e perda da massa muscular.
    É fundamental procurar um médico antes de começar qualquer tipo de tratamento com hormônios, pois o uso da testosterona sintética da forma errada pode ser extremamente prejudicial. A reposição só é indicada após os 40 anos, mediante exames de sangue e caso os sintomas estejam muito intensos e trazendo desconforto ao paciente, afirma Dr. Carlos Augusto Cruz de Araújo Pinto, cirurgião geral e vascular especializado em Andrologia.
    Muitos homens não entendem a importância de cuidar da saúde sexual após os 40 anos. Apesar de sofrerem com distúrbios hormonais e sintomas característicos da queda dos níveis de testosterona, eles ainda resistem em buscar tratamentos adequados com o andrologista, médico que estuda a saúde do homem, mais especificamente as funções reprodutoras e sexuais masculinas.
    Que o pensamento machista ainda é o grande vilão da história, nós já sabemos. O que falta é mais informação e disseminação do assunto na mídia, para que ele atinja o maior número de pessoas e possa ser visto como algo normal, natural e de extrema importância para a saúde como um todo dos homens.
    Assim como as mulheres costumam fazer acompanhamento anual durante toda a vida com ginecologista, os homens interessados em ter mais qualidade de vida e cuidar de sua saúde sexual devem procurar um andrologista.

    O andrologista realiza diagnósticos e prognósticos relacionados aos aspectos anatômicos, urológicos, biológicos e psíquicos do fator sexual masculino. Algumas doenças mais específicas podem ser tratadas por este especialista.