No último sábado, 20, foi aberta a Consulta Pública aos Inscritos no Exame Nacional do Ensino Médio ( Enem) para definir a data da prova. Entre as opções estão adiar em 60, 90 ou 180 dias da data anterior, marcada para 22 e 29 de novembro. A consulta irá durar dez dias.
Para Rozana Barroso, presidenta da Ubes (União Brasileira dos Estudantes Secundaristas), a consulta pública reflete a falta de direção, de projeto e de planejamento do Mec (Ministério da Educação) , além de se eximir da responsabilidade de pensar uma data de acordo com a realidade que a pandemia da Covid-19 impôs.
“Quais são os critérios destas datas? Da onde saíram essas datas, se ainda não sabemos como será o ano letivo de 2020. A enquete não reflete a realidade da maioria dos estudantes brasileiros, que agora em junho já somam mais de três meses sem aulas”, avalia Rozana, que é estudante de cursinho popular.
Para as entidades Ubes e Une é necessário um amplo debate com estudantes, professores, técnicos e especialistas em educação e saúde para chegar a uma data adequada. “Além disso, é necessário saber quais serão os rumos das aulas ´presenciais na rede pública ainda, uma vez que os estudantes dessas escolas são muito afetados por conta da desigualdade na inclusão digital”, finaliza a presidenta.
Dessa forma, a consulta pública não deve ser decisiva sobre a data da prova pois não abrangerá a realidade.
“O Enem é a principal meio de acesso para o ensino superior e todo cuidado na análise sobre sua realização neste ano, já que a pandemia tem impactado fortemente a educação da nossa geração”, observa Rozana.
A Ubes realizará debates nas redes sociais com entidades ligadas à educação, estudantes e professores para esclarecer sobre as datas e os caminhos do ano letivo de 2020 e a inclusão digital.