quarta-feira, 4 dezembro

    Caiu nas armadilhas do Carnaval? Saiba como buscar ajuda

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    Ninguém quer ter problemas no Carnaval, mas, em meio à aglomeração de pessoas e às distrações típicas da folia, qualquer um pode se ver em uma situação difícil. Entre as ocorrências mais comuns há perda ou furto de documentos, dinheiro, cartões bancários, aparelhos celulares. O cuidado com as crianças também deve ser redobrado, além do respeito às mulheres, aos grupos étnicos e à comunidade LGBTQI+.

    Em BH, a expectativa do maior público da história – estimado em 5 milhões de pessoas -, e o sempre movimentado Carnaval do interior mobilizaram as Forças de Segurança do Estado, que adotaram um plano especial de ação para atender e promover tranquilidade à população (veja detalhes aqui). Também os municípios estarão cobertos com policiamento e unidades de plantão. 

    Além disso, as polícias Militar e Civil também listam algumas dicas de prevenção e explicações simples de como o folião deve agir em caso de ser vítima de furtos, roubos, agressões e outros crimes. Confira:

    O que levar para a folia? 

    A capitão da PMMG Layla Brunnela, chefe da Sala de Imprensa, destaca que o ideal é levar um documento que possibilite a identificação do folião, como a Carteira de Identidade (CI), e utilizar doleiras para proteger o documento. O mesmo vale para cartões bancários ou valores em dinheiro. 
    “O principal alvo dos infratores são os celulares. Assim, o furto e o roubo de aparelhos configuram os crimes com mais possibilidade de ocorrer. Lembrando que a conduta da vítima é fundamental na prevenção desses delitos”, destaca a policial.

    Ela reconhece que não há como impedir o uso dos aparelhos celulares, mas sugere ações para proteger o aparelho. “Além da comunicação via mídias sociais e outras funcionalidades, os aparelhos são utilizados para acionamento de transporte por aplicativo. Para evitar problemas, o bem deve ser acondicionado em porta celulares, junto ao corpo, ou bolsos na parte da frente. O público também deve ter o cuidado de não expor o aparelho de maneira exagerada e, se o expor, pedir a um amigo que monitore o entorno e/ou procurar um local com menor aglomeração de pessoas”. 

    A policial destaca ainda que o público deve evitar levar bolsas e mochilas para os blocos de rua e outros eventos. Se levar, é interessante estar sempre atento ao objeto e usá-lo na parte dianteira do corpo. Dica de ouro é optar por doleiras, pochetes, porta celular ou qualquer alternativa para manter os pertences junto ao corpo, o que dificulta a ação de infratores.

    Desencontros e desaparecidos 

    O mais comum é que o público vá aos eventos de Carnaval em grupos. Muitas vezes, um ou mais integrantes podem se perder dos demais. Para evitar desencontros, a dica é sempre marcar um local para a reintegração da turma. Segundo a capitão Layla, uma opção excelente é identificar a presença de Bases de Segurança Comunitária da PM e marcar o reencontro nas proximidades, “excelente alternativa para não se perder do grupo de amigos”. O grupo pode, ainda, combinar horários para esses encontros e sempre privilegiar pontos de fácil acesso e com movimento constante de pessoas.
    Já em relação a crianças e menores de idade, o cuidado dos pais e ou responsáveis deve ser redobrado. Delegada da Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG), Maria Alice Faria sugere prudência aos adultos que têm crianças sob seus cuidados. “Festejar é bom, com responsabilidade. Avalie sempre se o ambiente onde você está é saudável e compatível com a presença de crianças”, pondera a delegada.
    Em caso de desaparecimento, tanto de menores quanto de indivíduos de qualquer faixa-etária (o alerta para um desaparecimento é a mudança na rotina da pessoa) – o registro deve ser feito imediatamente, em qualquer unidade policial. “Não há a necessidade de aguardar 24 horas ou 48 horas para registrar o desparecimento. Esse prazo é um mito e prejudica o início das investigações”, reforça a policial.  

    Importunação sexual

    Delegada chefe da Divisão Especializada em Atendimento à Mulher, ao Idoso, a Pessoa com Deficiência e a Vítimas de Intolerância da PCMG, Isabella Franca Oliveira destaca o que é considerado crime de importunação sexual.  “Praticar contra alguém e sem sua anuência ato libidinoso com objetivo de satisfazer a própria lascívia ou a de terceiro”. Ela destaca ainda que a importunação sexual prevê pena de até 5 anos de prisão.

    São exemplos: 

    – Encostar em partes íntimas propositalmente sem a permissão da mulher;

    – Continuar a abordagem à mulher mesmo após receber um “não”;

    – Puxar a mulher pelo braço;

    – Roubar um beijo;

    – Puxar o cabelo;

    – Tocar na pessoa sem o consentimento. 

     Ainda de acordo com o tema, é importante lembrar aos homens algumas regras de boa conduta. “Não importa a roupa que a mulher esteja usando; se ela disser não, é não”, defende a delegada. 

    Racismo e injúria 
    A delegada explica que injúria racial consiste em ofender a honra de alguém, valendo-se de elementos referentes à etnia, cor, religião, origem, faixa-etária e ou deficiências. 

    Segundo a PCMG, o crime de racismo atinge uma coletividade indeterminada de indivíduos, discriminando toda a integralidade de uma etnia. A lei enquadra uma série de situações como crime de racismo, por exemplo, recusar ou impedir acesso a estabelecimento comercial, impedir o acesso às entradas sociais em edifícios públicos ou residenciais e elevadores ou às escadas de acesso, negar ou obstar emprego em empresa privada, entre outros. 

    Também podem ser enquadrados como racismo xingamentos homofóbicos, xenofóbicos e etc. São exemplos chamar alguém de “bichinha”, “veado” e “traveco”.
    Em Belo Horizonte, a Delegacia Especializada de Investigação de Crimes de Racismo, Xenofobia, LGBTfobia e Intolerâncias fica na Avenida Barbacena, 288, Barro Preto. 

    A seguir, confira outras dicas de segurança:  
    No caso de ser vítima ou observar qualquer conduta delituosa, o cidadão deve procurar o policial mais próximo para relatar os fatos e registrar o boletim de ocorrência, ou ligar no 190.

    Ocorrências mais comuns:

    Foi roubado ou furtado durante o Carnaval de BH?


    O cidadão pode fazer o registro de ocorrência em qualquer uma das quatro Delegacias de Plantão de Belo Horizonte. Se o objeto subtraído for um aparelho celular, após o registro de ocorrência é recomendável fazer o bloqueio do aparelho na Central de Bloqueio de Celulares do Estado de Minas Gerais (cbloc.seguranca.mg.gov.br/) e o bloqueio do chip junto à operadora.
    Delegacia de Plantão I (Deplan I) – Rua Pouso Alegre, 417 – Bairro Floresta;  
    Delegacia de Plantão II (Deplan II) – Rua Conselheiro Rocha, 321- Bairro Floresta; 
    Delegacia de Plantão III (Deplan III) – Rua Sinfrônio Brochado, 940 – Bairro Barreiro de Baixo 
    Delegacia de Plantão IV  (Deplan IV) – Avenida João XXIII, 287 – Bairro Alípio de Melo. 

    Perdeu algum documento durante o Carnaval em BH?

    O registro da ocorrência pode ser feito na Delegacia Virtual (delegaciavirtual.sids.mg.gov.br/), ou em qualquer uma das quatro Delegacias de Plantão da capital (já listadas acima).

    É possível também tentar resgatar o documento. As Carteiras de Identidade encontradas ficam à disposição do cidadão no Setor de Documentos Recuperados, localizado no Instituto de Identificação, na Avenida Augusto de Lima, 1.833, Barro Preto, em Belo Horizonte.

    Delegacia móvel na Praça da Estação

    Entre os dias 21 e 25 de fevereiro, a Delegacia Móvel da Polícia Civil – um ônibus devidamente equipado para auxílio nos trabalhos em eventos de grande público -, ficará posicionada na Praça da Estação, no centro de Belo Horizonte, para o registro de ocorrências de extravio de documentos, roubos e furtos. O registro também pode ser feito em qualquer uma das quatro Delegacias de Plantão da capital.

    Se envolveu em um acidente de trânsito sem vítima?

    O registro da ocorrência também pode ser feito na Delegacia Virtual.

    Se a mulher se sentir importunada:

    – Procure um policial ou guarda municipal para atender a ocorrência. Se não puder fazer isso no momento, procurar a Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher e registrar a ocorrência posteriormente; 

    – Se não houver Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher na cidade onde estiver, procure a Delegacia de Polícia Civil mais próxima; 

    – A mulher ainda pode procurar ajuda por meio dos telefones 190 ou 180;

    – Guarde informações como data, hora, local, características do assediador e busque por possíveis testemunhas;

    – Veja se há câmeras de segurança perto do local;

    – Em Belo Horizonte, a Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher fica na Avenida Barbacena, 288, Barro Preto. 
    Prevenção ao desaparecimento de crianças durante o Carnaval

    • Fique sempre alerta em locais com aglomerados de pessoas; 

    • Conforme a capacidade de entendimento, ensine a criança a repetir o nome dos pais, telefones de contato e endereço;

    • Se a capacidade de identificar os pais por meio da fala não for possível, mantenha um cartão com informações de contato no bolso da criança;

    • Oriente a criança sobre como proceder caso venha a se perder; 

    • Um adulto deve ficar no local onde a criança estava antes do desencontro para o caso de ela conseguir retornar sozinha;  

    • Providencie a Carteira de Identidade (CI) do menor o quanto antes.