Controle, ciúmes, proibições, dedicação exclusiva, provas de amor são confundidos constantemente como uma forma de amar intensa e é reconhecido atualmente no meio de jovens, como um relacionamento saudável. Mas ao mesmo tempo é percebido nessa relação, um dominante e outro vulnerável a esta “modalidade de amor” ficando submisso a essas investidas destrutivas.
De acordo com Carla Ribeiro, psicóloga com abordagem em sexualidade humana e saúde do homem é possível perceber uma relação abusiva nos primeiros meses de convivência desse casal. Embora não exista o casal perfeito, nos primeiros meses que o lado dominante da relação se mostra gentil e parceiro em todos os momentos. Comportamento desejado para quem está começando uma relação nova.
Afinal a primeira impressão precisa ser a melhor e não que isso seja fingimento, mas se ao logo do relacionamento alguns comportamentos se tornarem mais ofensivos e agressivos, com a convivência isso revela a verdadeira personalidade do indivíduo dominador. Cabe a outra parte do relacionamento decidir continuar ou não, explica.
A pessoa que é vítima de uma relação abusiva começa a ser desvalorizada, humilhada e sofrer depreciações até mesmo em público. E isso não gera nenhuma culpa ao dominador da relação. “Em muitos casos a vítima da relação abusiva percebe todo esse comportamento do dominador, como um controle excessivo. Mas ela não consegue tomar atitude para reverter à situação, pois a “vítima” desta relação acredita que essa é realmente uma forma de amar. E pensa que pode ser abandonada pelo dominador e se isso viesse a ocorrer “ninguém mais me amará assim”: – fala da vítima. Explica Carla Ribeiro.
“Pode-se dizer que no andamento da relação, todo relacionamento precisa ter um “sensor de alerta” para se identificar as mudanças de atitude que essa pessoa pode ter ao longo do caminho. Se as atitudes vão de um extremo a outro, de maneira crescente, a relação pode não ser aconselhável, principalmente quando apresenta desvalorização da autoestima do outro.
Quem ama não deprecia o outro. E se há um domínio como posse da vida do outro a relação não será saudável, alerta a especialista.
Numa relação abusiva, é possível encontrar a violência psicológica, física e até sexual, que em sua maioria são atos mantidos entre o casal, pois para ambos se tornou comum.
Normalmente, surgem muitas reações agressivas do dominante, como xingamentos, insultos, atitudes sem controle emocional, como por exemplo, quebrar o celular por ciúmes. Quando isso ocorre, é sinal de alerta, destaca Carla.
É importante ser destacado que para o indivíduo permitir uma relação abusiva na sua vida, é provável que ele tenha tido um modelo dessa relação na fase infantil.
Em casos assim, a ajuda psicológica é fundamental para ambos. Tanto para a pessoa dominadora quanto o indivíduo que está sendo dominado. Infelizmente numa relação como esta pode ocorrer um homicídio como um suicídio.
Uma relação abusiva independe do lado financeiro e do status do relacionamento seja casado, “ficante” ou namorado.
“Não podemos nos deixar ser movidos por uma questão do senso comum, que os homens são sempre mais dominadores e as mulheres mais emotivas, esses rótulos precisam ser quebrados, para que o lado emocional não seja influenciado e atos descontrolados não venham ser justificáveis”, diz.
Carla Ribeiro – Psicóloga com abordagem em Sexualidade Humana e Saúde do Homem
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