sexta-feira, 26 julho

    Violência é tema de debate

    Matérias Relacionadas

    Suspeito de matar motorista de app é indiciado por latrocínio.

    Kemmel Luigi Nunes, de 36 anos, foi encontrado agonizando...

    STF decide que lei que criminaliza fake news é inconstitucional

    Em uma decisão histórica, o Supremo Tribunal Federal (STF)...

    Compartilhar

    Jovens, negros e moradores de territórios periféricos continuam sendo as maiores vítimas da violência policial no Brasil. Este foi o consenso entre os participantes da audiência pública da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais.

    De acordo com participantes da reunião, movimentos e manifestações culturais como bailes funk, hip-hop, batalhas de DJs e outros eventos afins, com participação popular nesses territórios, têm sido reprimidos por puro preconceito.

    A vereadora Áurea Carolina (Psol), presente à reunião, chamou isso de “filtragem racial”. “O afrodescendente é sempre o primeiro suspeito”, afirmou a vereadora.
    A coordenadora-geral do Centro de Referência da Cultura Negra, Mônica Aguiar, deu um depoimento emocionado sobre a violência sofrida recentemente por sua família. “Diz que jovem negro parado é suspeito; se correr é bandido. Mas temos que entender que esse jovem corre, muitas vezes, porque tem medo da polícia”, argumentou.

    Criminalização do negro é recorrente

    Gilberto da Silva Pereira, da Comissão de Igualdade Racial da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), afirmou que toda as discussões sobre violência nas periferias acaba sempre voltando para a questão do genocídio da população negra. “A criminalização do negro existe desde a colonização do Brasil, precisamos desconstruir isso”, disse. Gilberto lembrou que, no passado recente, até os praticantes de capoeira eram presos indiscriminadamente nas ruas.
    O presidente da Comissão, deputado Cristiano Silveira (PT), lembrou dados estatísticos que mostram que a polícia brasileira é a que mais mata no mundo; mas também é a que mais morre em serviço. Ele também enfatizou que a maioria das vítimas da violência policial são os jovens negros e pobres. “Não podemos ser generalistas, mas esses dados têm que nos mostrar alguma coisa”, disse ele, provocando o debate.

    spot_imgspot_img