É parte da democracia fazer críticas, mas não se pode demonizar a política. Disse a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, durante palestra no 2º Congresso de Direito Eleitoral de Brasília, promovido pela Câmara Legislativa do Distrito Federal. Ela falou sobre a participação da sociedade no processo democrático.
Nós podemos ser contra um servidor, nós podemos ser contra um agente público, nós podemos ser contra um modelo de governo, nós podemos ser contra um governante, porque é da democracia a liberdade de opinar, de criticar e de se contrapor. Nós não podemos é ficar contra a política”, disse ao acrescentar que “demonizar a política não faz com que não tenhamos o caos provavelmente em vários momentos.
Segundo a ministra, a “racionalidade da política” é o que garante a segurança e aplicação de direitos para a população.
O ser humano ainda não inventou outra forma de convivência num espaço plural de todos, senão pela racionalidade que a política nos oferece por meio de instituições que possam nos garantir a segurança de direitos, a aplicação de direitos.
A uma plateia formada principalmente por servidores da Câmara Legislativa, Carmen Lúcia disse que não adianta apenas reclamar. Segundo ela, mudanças efetivas só acontecerão com a participação da população.
Elegemos representantes e não substitutos. Portanto, nós continuamos no processo político permanentemente e não apenas a cada mês de outubro a cada dois anos, observou.
Ela disse ainda que o momento na política é “grave”, mas que se deve lutar para que a Constituição seja respeitada.