Com a rejeição do pedido de Habeas corpus pelo Supremo Tribunal Federal (STF), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se entregou à Polícia Federal na noite de sábado (07/04), após ficar dois dias no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. Ele está preso na superintendência da Polícia Federal de Curitiba, onde começou a cumprir pena de 12 anos e 1 mês por corrupção e lavagem de dinheiro.
Para manter o PT vivo, mesmo que abalado com a prisão de seu líder, o partido usa estratégias como transferir a direção política do partido para Curitiba, montar acampamento em frente ao prédio onde o ex-presidente está preso, em uma vigília que não tem data para acabar; realizar campanha na internet, promover atos por diversas capitais e insistir no discurso de que Lula permanece candidato à presidência.
Embora ainda permaneçam as dúvidas se o petista conseguirá concorrer à presidência do país, neste final de semana o instituto Datafolha publicará uma nova pesquisa de intenções de voto, em que seu nome será testado. Incluir o ex-presidente nas pesquisas faz sentido já que sua prisão não o torna inelegível automaticamente. A Lei da Ficha Limpa estabelece que não basta apenas a condenação pela Justiça para que alguém seja proibido de ser candidato. É preciso que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) autorize ou não a candidatura.
Outra tática para manter o nome do ex-presidente em evidência e protestar contra sua prisão chegou ao Congresso. Deputados do PT estão modificando seus nomes oficiais com o nome “Lula” no meio do sobrenome. Numa resposta, políticos de partidos que se opõe ao PT também pediram para incluir “Moro” e “Bolsonaro” em seus nomes.
Para que a prisão de Lula não caia no esquecimento do noticiário, na terça, uma comitiva de governadores de nove Estados foi à capital paranaense na esperança de fazer uma visita ao ex-presidente, mas, foram barrados na porta. O dia de visita aos presos que estão na PF de Curitiba é quarta-feira.
De maneira geral, o discurso do PT será estabelecido em três linhas: enaltecer as conquistas sociais dos governos do PT, ressaltar a permanência dos ideais defendidos por Lula mesmo após sua prisão, e, por último, tratá-lo como um injustiçado, e a Justiça como parcial.