Mais um final de ano se apresenta, com as características de sempre. Compras de última hora, trânsito aos finais de semana, cardápio da ceia de natal, viagem de ano novo, férias das crianças, amigos secretos, festas corporativas, enfim, a velha e conhecida TPN – Tensão Pré Natal, que costuma acometer homens e, principalmente, mulheres no último mês do calendário.
Esta também é a época dos encontros de confraternização. Entre eles, se incluem as polêmicas festas empresariais de fim de ano que, em geral, causam certo desconforto e algumas vezes saias justas aos participantes. Seja um jantar formal, uma recepção em uma casa de eventos ou um churrasco com pagode e futebol, as reclamações estarão sempre presentes. Longe, cedo, muito tarde, brega, chique demais, comida ruim ou pouca variedade. O fato é que nunca se conseguirá agradar a todos os grupos, cujos tipos clássicos serão identificados a seguir.
Esta é, no entanto, uma oportunidade de conhecer melhor quem é quem, considerando os grupos, como os papa-léguas, formado por pessoas avessas a este tipo de comemoração. Elas resolvem dar uma passadinha na festa com receio dos comentários de chefes e colegas de trabalho. Todavia, chegam com as desculpas na ponta da língua como: tenho outra festa ou estava trabalhando até agora. Como o pássaro homônimo, eles costumam sair com a mesma velocidade que chegaram aos ambientes.
Outro grupo característico é formado pelos viciados em trabalho. Eles não esquecem seus afazeres nem mesmo enquanto comem ou bebem. Costumam se aproveitar do clima informal para querer resolver problemas ou mesmo cobrar pendências, entre um copo de uísque ou bolinho de queijo. Por esta razão costumam ser vistos sozinhos, passeando entre as mesas e rodas de conversa.
Pior que esses, são os bajuladores, que formam o mais famoso e antigo dos grupos.
Além de tudo são bons estrategistas e buscam identificar seus alvos com precisão milimétrica.
Podem ser vistos ao lado ou ao redor das rodas de diretores, superintendentes ou vice-presidentes.
São comparados aos paparazzos, adoram uma foto ou bajulação.
Há também o grupo dos bem-vindos. Em toda empresa há aquele sujeito boa-praça e comprometido, bom de serviço, camarada, que costuma resolver os problemas de todas as áreas. Bem recebido em todos os grupos, costumam aguardar com ansiedade a festa de confraternização, sugerindo, ajudando e participando ativamente em sua organização.
Outro grupo é o dos soltinhos. Gostam de aproveitar a festa, exagerando muitas vezes na dose, literalmente. Com mais álcool e menos juízo, costumam criar situações hilárias ou embaraçosas, que servem para compor o mural de fotos ou as lendas que povoam todas as empresas. A situação piora quando decidem enfrentar a Lei Seca.
E esses não são os únicos. Têm ainda os dançarinos, aqueles que não perdem a oportunidade para uma piada; os carrancudos, que nem todo o estoque de espumante ajuda a desfazer o semblante; e até os naturalmente inconvenientes. Isso sem falar nos possíveis “penetras” ou convidados de ocasião.
Na medida em que se lê este texto, certamente você vai correlacionado diversas pessoas, associando nomes e ocasiões, momentos hilários e constrangedores, lembrando-se de histórias cômicas – outras nem tanto – ocorridas durante as celebrações empresariais. Caso não tenha conseguido se encaixar em nenhum grupo não se preocupe, talvez tenha sido seu senso crítico, o popular bom senso, que não tenha permitido.
Não relaxe, pois nada é definitivo. Um pequeno descuido e lá está você, participando de um desses grupos ou inaugurando outro. A mensagem que fica, no entanto, é que prudência, bom senso e profissionalismo devem guiá-lo, afinal de contas, você não vai querer mais uma dor de cabeça neste final de ano, vai?
E para não fazer feio, vale à pena adotar alguns procedimentos básicos, como chegar no horário marcado para o início da festa. Os atrasos deixam os organizadores ansiosos e são sinais de pouco caso. Na hora comer, seja discreto. Espere as pessoas hierarquicamente superiores servirem-se na sua frente. Seja agradável e procure falar de amenidades. Falar mal de chefes e colegas, bem como criticar a organização nesta circunstância, é expressamente proibido (a menos que você já não se importe mais se vai ou não permanecer na empresa).
Evite contar estórias catastróficas e ficar falando de doenças. Em dias de festa as pessoas não querem falar destes assuntos e você poderá se tornar desagradável. Cuidado com a roupa! Mesmo que aquele colega maravilhoso – ou aquela – que você paquerou o ano inteiro for presença confirmada, lembre-se que todos os chefes, diretores e colegas também estarão por lá. Procure um visual alegre e valorize seu estilo, mas que seja também adequado na cor, comprimento, transparência, etc.