sábado, 27 julho

    Gravidez na Adolescência

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    Apesar de toda informação e das campanhas de conscientização, seja na TV, internet ou mesmo nas escolas públicas e privadas, o índice de adolescentes que engravidam entre os 12 e 19 anos, ainda é bem grande no Brasil. Os números se comparam a países onde é permitido o casamento infantil, tais como Sudão do Sul, Índia e Nigéria.
    Segundo estudo divulgado em 2013, no Brasil 12% das adolescentes entre 15 e 19 anos têm pelo menos um filho. Em 2000, foram 750.537 bebês nascidos por partos de adolescentes entre 10 e 19 anos. Nesse mesmo ano, o Brasil estava em 54º lugar no ranking mundial do índice de fecundidade em meninas entre 15 e 19 anos.
    Outro dado alarmante é que cerca de 30% das meninas que engravidam na adolescência acabam tendo outro filho no primeiro ano pós-parto.

    Falta de apoio e conflito interior

    Valéria Ribeiro, coach familiar especializada em psicologia e desenvolvimento humano, conta que a gravidez precoce também pode gerar conflito interior, pela insegurança financeira e as dificuldades em educar a criança.

    Por isso, os adolescentes necessitam de cuidado, atenção e apoio dos pais.
    Entretanto, esse apoio da família nem sempre acontece, pois há pais que acabam,
    ainda nos dias de hoje, por expulsar suas filhas de casa,
    fato esse que acontece bem menos com meninos, explica.

    A gravidez na adolescência leva vários jovens a deixarem de estudar e assumirem um relacionamento sério devido a gestação. Há também os que optam por abortar e, em alguns casos, ocorre o abandono do bebê logo após o nascimento.
    Na atualidade, 90% dos bebês que nascem de gravidez na adolescência acabam sob cuidado dos avôs, que assumem a responsabilidade que não é deles, pois, os pais adolescentes ainda querem curtir a vida e viver como se nada tivesse acontecido.

    Nesses casos é preciso encontrar um equilíbrio entre as responsabilidades
    dos pais e a ajuda dos avôs, pois é preciso que esses adolescentes
    se conscientizem do ato cometido, para que, assim, não voltem a incorrer
    no mesmo problema, aconselha Valéria.

    Muitas adolescentes quando se descobrem grávidas pensam em aborto e, muitas vezes, são incentivadas por seus parceiros que também são adolescentes. O aborto no Brasil é ilegal e põe em risco a vida da menina, pois esses procedimentos acontecem em lugares clandestinos. Nesses casos, é mais aconselhável deixar os bebês para adoção logo após o nascimento, assim poderão ter a oportunidade de terem um lar, bem como uma mãe e pai. Cabe dizer, que essa não é uma decisão fácil e deve ser discutida entre os pais adolescentes e os avôs do bebê que nascerá.

    Há diversos métodos contraceptivos, mas é principalmente recomendada a utilização de camisinha em todas as relações sexuais, não somente para evitar a gravidez, mas também para não contraírem doenças venéreas, alerta a especialista.

    Porém, a melhor prevenção é que as jovens tenham uma boa educação sexual dentro do seio familiar. “É importante informar sobre os riscos e complicações da gravidez na adolescência e todas as mudanças que acontecem a partir do momento que engravida. O diálogo em família é essencial e deve haver uma conversa aberta e transparente para que as jovens tenham toda a informação ao seu alcance e possam ter atitudes responsáveis e não ter surpresas indesejadas”, finaliza Valéria.

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