Mais de R$ 22 milhões foram destinados pela Odebrecht a 41 políticos mineiros como pagamento de caixa 2 em campanhas eleitorais, entre 2008 e 2014, segundo planilha entregue ao Ministério Público Federal (MPF), pelo delator Benedicto Barbosa da Silva Júnior, ex-executivo da construtora.
Os repasses teriam beneficiado políticos como senadores e ex-governadores Aécio Neves e Antônio Anastasia, assim como os ex-prefeitos de Belo Horizonte, Márcio Lacerda, e de Contagem, Carlin Moura. A lista inclui políticos de todas as esferas do poder: vereadores, ex-vereadores, deputados estaduais e federais, além de ex-prefeitos, governadores e senadores.
O montante destinado aos políticos mineiros representa 9% do total de R$ 246 milhões registrados na lista e repassados a políticos brasileiros, conforme o documento. Antônio Anastasia e Aécio Neves, ambos do PSBD, encabeçam a lista. Juntos, teriam recebido R$ 10,72 milhões.
Carlim Moura teria recebido 57 mil de caixa 2
O ex-prefeito de Contagem, Carlin Moura (PCdoB), cujo nome consta na lista de contribuições ilegais feitas pela Odebrecht entre 2008 e 2014, disse que nunca esteve com ninguém da construtora para tratar de financiamento de campanha.
De acordo com a lista do ex-executivo Benedicto Junior, responsável pelo centro de distribuição de propina da construtora, em 2014, Carlin, teria recebido R$ 25 mil, via caixa 2, para apoiar candidatos do PC do B nas eleições daquele ano. Em 2013, o ex-prefeito teria recebido um repasse, no valor R$ 32 mil, para saldar dívidas de campanha.
Carlin Moura, apelidado de Barão na lista da Construtora Odebrecht, afirmou que em 2014 não foi solicitada doação de ninguém para campanhas do PCdoB, e todas as doações da campanha de 2012 foram devidamente contabilizadas.
O ex-prefeito postou em sua página no facebook na quarta-feira (19/04) que exerceu com lisura e transparência os 12 anos de exercício de mandatos eletivos, como vereador, deputado e prefeito. “No exercício desses mandatos, tive ações e apresentei projetos de lei visando o combate aos privilégios e o fortalecimento da transparência na gestão pública”, afirmou no texto.