As chuvas neste final de ano trazem o temor de desabamentos em vários pontos de Contagem. Muitos dos problemas poderiam ser evitados com intervenções urbanas pontuais. No entanto, o que se vê são obras paralisadas e projetos que ainda não saíram do papel.
Um exemplo é a paralisação das obras de contenção de encostas nas Vilas Bandeirantes I e II, que é considerada uma área de risco geológico monitorada pela Defesa Civil. A interrupção preocupa os moradores, pois o local já sofreu com deslizamentos de terra, que destruíram residências e colocaram a vida das pessoas em risco durante o período chuvoso.
Ficamos sabendo que as obras foram paralisadas porque a empreiteira não estava recebendo da prefeitura e os trabalhadores estavam com salários atrasados, conta o morador Gleison Salgado.
Preocupado, ele enviou mensagem na página do facebook do prefeito Carlin Moura questionando sobre a paralisação das obras. “Retornaram falando que a obra teria início, mais até hoje não vieram. Plantaram algumas gramas, mas a obra mesmo nada. Como que uma obra avaliada em mais R$ 5 milhões continua parada, sendo que a verba foi repassada? Onde está este dinheiro?”, questiona revoltado.
Projetos dependem de aprovação da Caixa
Segundo informação da Secretaria Adjunta de Habitação (Sahab), realmente a empresa ficou sem receber por certo período, em função de entrave burocrático provocado pela troca de Governo.
No entanto, no final de julho a empresa recebeu todos os valores atrasados. A Prefeitura Municipal de Contagem não possui dívidas com a empresa atualmente.
Sobre os recursos, a Sahab ressaltou que “os valores ficam de posse do Governo Federal e são repassados para pagamento à empresa contratada pelo Município, somente após a prestação dos serviços, execução da obra e aferição pela a Caixa Econômica Federal”.
O órgão explicou que valores previstos para a obra pertencem ao Governo Federal, que, no entanto, assina um Termo de Compromisso com a Prefeitura Municipal para liberação mediante autorização do Ministério das Cidades. O que deve acontecer para outras 26 obras previstas em outras vilas.
Obras paralisadas – Segundo a Sahab, as obras da vila Bandeirantes estão realmente paralisadas, mas
serão retomadas tão logo a revisão dos projetos seja aprovada pela Caixa Econômica Federal e Ministério das Cidades.
O órgão explicou que após a execução das principais contenções no Bandeirantes II e pequena parte da Bandeirantes I, verificou-se que para sua continuação e conclusão, será necessária a aprovação junto à CEF, de projetos complementares para fazer face às alterações que ocorreram na vila entre a primeira elaboração de projetos e o início das obras, como aterros, alteração de localização de moradias, escorregamentos de solo e deposição de lixo.
Prioridade – Com investimentos na ordem de mais de R$ 5 milhões, em parceria com o governo federal, as intervenções nas Vilas Bandeirantes I e II envolvem drenagem pluvial e ligações domiciliares de esgoto, promovendo moradia digna e segura para as comunidades. Mais de 550 famílias serão beneficiadas com a obra, eleita como prioridade no Planejamento Participativo.