Uma das melhores coisas do processo eleitoral é o que acontece nos bastidores da política. Quando a eleição é de prefeitos e vereadores, esse sabor ganha um tempero todo especial, dada a proximidade dos atores envolvidos. Candidatos, possíveis candidatos, pessoas que têm a pretensão mas não dispõe de condições suficientes para tanto, militantes, filiados neste ou naquele partido, negociadores desta ou daquela legenda, políticos profissionais, amadores, inexperientes e incorrigíveis… Enfim, todos que se veem envolvidos com o mundo político sempre têm algo a dizer, algo a revelar.
Tem quem faça conjecturas as mais diversas, igualmente as mais improváveis. Em Contagem tem quem jure de pés juntos que a deputada Marília Campos é candidatíssima ao Palácio do Registro e que a fala do vereador Rodinei Ferreira Dias em plenário anunciando a disposição de disputar a eleição para prefeito em 2016 não passa de encenação para desviar o foco. Há, no entanto, quem aposte na candidatura de Marília ao Senado Federal em 2018 e que o PT, desta vez, vai abrir mão da disputa para apoiar a reeleição do prefeito Carlin Moura.
Não é só o Partido dos Trabalhadores que sofre com as disparidades de opiniões. O PSDB, também. Veja só. Dia desses, numa roda pequena, alguém perguntou se seria surpresa se o propalado candidato tucano à eleição do ano que vem, Alex de Freitas, desistisse na última hora em favor de ninguém menos que o saudoso Ademir Lucas.
Enquanto isso – não se sabe se por provocação ou por querer jogar verde e colher maduro – tinha quem dava como certa a filiação do vereador William Barreiro a um novo partido e que até um ministro de Dilma viria a Contagem para assinar a ficha de filiação e acolher o parlamentar na legenda, o que poderia dar à cena contorno de avanços na carreira política do edil contagense.
Também é possível ouvir neste ou naquele corredor a ideia de que desta vez o legislador vai alçar voos maiores e tentar pousar no Executivo.
Comum mesmo entre as informações e avaliações trocadas em tom de segredo e as expeculações nem sempre reservadas está a certeza de que a campanha pela reeleição não será tão fácil quanto se supunha e nem tão impossível como apregoa alguns.
Claro que agora, faltando pouco menos de um ano para o pleito, muita água ainda vai rolar no rio da política municipal. Oxalá, esse rio, não sofra os efeitos pelos quais passa o Rio Doce.