Ameaça dos refrigerantes

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O consumo de produtos com alto teor de açúcar e gordura começa cedo no Brasil. Estudo inédito do Ministério da Saúde revelou que 60,8% das crianças com menos de dois anos de idade comem biscoitos, bolachas e bolos e que 32,3% tomam refrigerantes ou suco artificial. No Sudeste, mais da metade (64,3%) das crianças consomem esses alimentos e 34,2% tomam refrigerantes, superando a média nacional.

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Este é o terceiro volume da Pesquisa Nacional de Saúde, realizada em parceria com o IBGE e que traz medidas inéditas da população do país, como peso, pressão arterial e circunferência da cintura. Além das mudanças nos hábitos alimentares na infância, os dados alertam para os crescentes índices de excesso de peso e obesidade em adultos.

O excesso de peso é um problema grave, porque é um fator de risco para doenças do coração e outros problemas crônicos. É fundamental trabalharmos o incentivo a prática de exercícios e alimentação saudável desde cedo com as nossas crianças para reverter esse quadro. As crianças, muitas vezes, ajudam na conscientização e mudança de hábito dos pais”, destacou o ministro da Saúde, Arthur Chioro.

Apesar de produtos industrializados na alimentação das crianças, o estudo demonstrou que as mães continuam amamentando os filhos mesmo após os seis meses de idade, período preconizado para o aleitamento exclusivo. Mais da metade (50,6%) das crianças brasileiras ( 44,9% no Sudeste) entre 9 e 12 meses, estão em aleitamento materno complementar.
Obesidade e hipertensão – As mudanças no padrão de alimentação do brasileiro, bem como o menor tempo dedicado a atividades físicas, levam cada vez mais pessoas ao excesso de peso e obesidade. A Pesquisa Nacional de Saúde pesou e mediu a circunferência da cintura dos entrevistados e os dados demonstram que 56,9% dos brasileiros com 18 anos ou mais estão acima do peso, 82 milhões de pessoas. Mais da metade das mulheres (52,1%) apresentaram prevalência superior de obesidade abdominal, com cintura acima de 88 cm, segundo parâmetros da OMS. Essa medida é importante porque está associada a doenças como obesidade, hipertensão e diabetes, que levam a problemas cardíacos. O público feminino também foi o que registrou maior índice de obesidade. Uma em cada quatro (24,4%) brasileiras estão obesas. Entre os homens é menor, 16,8%.
Já a pressão alta atinge mais os homens, realidade também presente no Sudeste. O estudo mediu a pressão dos entrevistados, algo inédito nesta escala, e apontou que 22% dos brasileiros e 27,8% dos residentes no Sudeste têm pressão arterial alta.