Incentivo
“Entre a Pele e a Palavra” é uma performance extremamente necessária. Afinal, em um país em que oito mulheres sofrem violência a cada minuto, segundo dados do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, encorajar as vítimas a buscarem ajuda e a denunciarem os agressores é um passo significativo para transformar essa realidade. Focada nessa batalha, a artista plástica mineira Eugênia França, no dia 17 de maio, entre 9h e 17h, na escadaria da Igreja Matriz de São Gonçalo (rua Bueno Brandão, 40, Centro), em Contagem, vai carimbar 60 metros de tecido branco com 30 QR Codes. Os códigos trazem à tona pinturas, cartas e relatos de mulheres vítimas de violência. A performance poderá ser acompanhada ao vivo pelo público.
“A violência contra a mulher é um problema crônico, pouco falado e presente no mundo todo. Quando eu trago esse assunto para a arte, eu busco levar ao público uma discussão que, muitas vezes, é negligenciada ou ignorada”, resume Eugênia França, explicando um pouco a dinâmica do trabalho: “Estamos vivendo em um mundo tecnológico, onde tudo é virtual e massificado, inclusive as relações. Ao usar QR Codes para estampar o tecido, eu me aproprio dessas linguagens para ressaltar particularidades. Cada código é uma história individual, que traz a singularidade de cada mulher em seus relatos”. As narrativas presentes nesses QR Codes não se resumem à dor, mas apresentam histórias de superação, empoderamento e amor próprio.
Programação
“Entre a Pele e a Palavra”, contemplada no edital Movimenta Multilinguagens, do Fundo Municipal de Incentivo à Cultura de Contagem, vai passar também pela Praça do Coreto, em Nova Contagem, no dia 8 de junho, e pela Praça Nossa Senhora da Glória, no Eldorado, no dia 22 de junho. A ideia é que, em cada um desses encontros, Eugênia França carimbe 20 metros de tecido. Ao final das ações, a artista vai confeccionar roupas que serão usadas por ela no dia a dia durante um ano. “Vou compartilhar cada parte do processo nas minhas redes sociais, desde os cortes, as costuras e o uso dessas roupas em meu cotidiano”, diz.