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    No rádio, a mesma can­ti­le­na. Há muito se diz que as orga­ni­za­ções de direi­tos huma­nos foram cria­das para defen­der ban­di­dos. O tom das crí­ti­cas é ainda maior quan­do no cen­tro da ques­tão está o Esta­tu­to da Crian­ça e do Ado­les­cen­te ou, ­melhor ainda, quan­do são meno­res de idade os auto­res de deli­tos. Quan­to mais hor­ro­ri­za­da a socie­da­de fica dian­te de um crime, maior a rea­ção con­tra os “direi­tos huma­nos”.
    É ple­na­men­te com­preen­sí­vel que a ­mulher que per­deu o mari­do assas­si­na­do por um ban­di­do, qual­quer que seja a razão deste, quei­ra até mais que se faça jus­ti­ça, cobra uma puni­ção exem­plar. Se a vin­gan­ça ins­ti­tu­cio­na­li­za­da for pos­sí­vel, pela lei de ­Talião, ­melhor ainda.
    Como ir con­tra uma mãe e um pai que assis­tem seu filho ser repe­ti­da­men­te assas­si­na­do nos diver­sos ­replays mos­tra­dos pelas tele­vi­sões e que se sen­tem desam­pa­ra­dos dian­te da vida, tendo a fé como últi­mo con­so­lo e um dese­jo enor­me de que o assas­si­no – sem­pre sem razão – pague pelo que fez e de todas as manei­ras pos­sí­veis, com uma dor tão insu­por­tá­vel como a da perda da pes­soa amada?
    Ao cabo de cada novo crime, espe­cial­men­te os come­ti­dos por meno­res, cres­ce o cla­mor popu­lar por pro­vi­dên­cias no sen­ti­do de que a socie­da­de não fique refém dos “de menor”, das qua­dri­lhas que colo­cam as armas nas mãos dos ­jovens ado­les­cen­tes por enten­de­rem que a puni­ção para eles é mais bran­da; dos ­jovens de má índo­le que esper­ta­men­te se apro­vei­tam disso para come­ter bar­bá­ries.
    A ques­tão cres­ce na pro­por­ção que for­ma­do­res de opi­nião, como jor­na­lis­tas reno­ma­dos e apre­sen­ta­do­res de pro­gra­mas de tevê, can­to­res e ­outros artis­tas, pas­sam a ali­men­tar a ideia de que os defen­so­res dos direi­tos huma­nos, com o ECA debai­xo dos bra­ços, só exis­tem para pro­te­ger ban­di­dos; que nos­sos legis­la­do­res fazem o mesmo ao não pro­mo­ve­rem mudan­ças nas leis como a redu­ção da maio­ri­da­de penal e/ou puni­ções mais seve­ras para cri­mes mais bár­ba­ros.
    Fica evi­den­te que estes orga­nis­mos, mesmo não tendo sido cria­dos para este fim, não con­se­guem con­ven­cer a socie­da­de do con­trá­rio. Pre­ci­sam mudar a estra­té­gia e esta­rem mais pre­sen­tes ao lado das víti­mas, sob pena de sucum­bi­rem ao pode­rio da desin­for­ma­ção, à vila­nia dos índi­ces de audiên­cia, à ganân­cia, à falta de escrú­pu­los. E cui­da­do com os argu­men­tos, pois eles podem se trans­for­mar em armas mor­tí­fe­ras con­tra o prin­ci­pal direi­to huma­no, a pró­pria vida.

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