Mais uma vez, a histórica Ouro Preto se prepara para as solenidades da Inconfidência Mineira, dia 21 de abril, este ano em pleno sábado. O grande palanque, na Praça Tiradentes, será montado para as homenagens aos heróis da conjuração de 1.789 e para a entrega de medalhas a personalidades de Minas e do País.
A novidade é que neste ano, a solenidade será tem dois momentos distintos. Como em outros anos, o Cerimonial Oficial de Tiros, Hasteamento da Bandeira e Colocação de Flores no Monumento ao Mártir da Inconfidência Mineira será realizado na Praça Tiradentes.
A entrega da Medalha da Inconfidência, no entanto, que exige mais estrutura e tem maior impacto no dia a dia dos ouro-pretanos, ocorrerá no Centro de Artes e Convenções da Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop). Com a mudança, a cerimônia, que é realizada na Praça desde os anos 1950, irá durar, entre preparativos e solenidade, menos de 24 horas.
A manutenção, no entanto, de parte da solenidade na Praça visa à preservar as tradições da entrega da maior honraria concedida pelo Estado de Minas Gerais, criada pela Lei nº 882, de 28 de julho de 1952, no governo de Juscelino Kubitschek.
Como todos sabem, a celebração da Inconfidência constitui o momento máximo do calendário cívico de Minas Gerais e do Brasil.
A cerimônia de Ouro Preto deveria se repetir em todos os 853 municípios mineiros. Claro que não se pede tanta pompa e circunstância, nem precisa distribuir tantas medalhas. O ato cívico deveria servir como momento de reflexão sobre os ideais dos inconfidentes, sobre o que precisam hoje os mineiros, os brasileiros, diante dos muitos jugos impostos à toda gente.
Neste ano em especial, quando somos chamados às urnas para decidir o futuro de nossos estados e país, na eleição de presidente da República, governadores, senadores, deputados federais e deputados estaduais/distritais, a responsabilidade desta reflexão é ainda maior. Não precisamos e não queremos mais nenhum mártir, mas buscamos com total empenho encontrar pessoas honestas, probas, capazes de representar uma coletividade sem se dobrar aos interesses particulares, de grupos escusos.
O cidadão pode até não ir à praça pública, no sábado, mas precisa ter em mente o terrível espetáculo que foi a morte de Tiradentes para não deixar que ela se repita.