domingo, 22 dezembro

    Doce ou álcool

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    Por Rodrigo Schröder *

    O fim de ano está chegando e com ele, as comemorações, happy hours no trabalho, reuniões familiares repletas de quitutes e bons drinks. Durante as festas, o consumo de alimentos e bebidas alcoólicas tende a aumentar significativamente. Sabendo disso, o doutor Rodrigo Schröder – um dos maiores nomes da Medicina e Performance Esportiva e referência em comunicação sobre saúde – analisa os impactos desses “vilões” alimentares, desmistifica hábitos e oferece dicas valiosas para desfrutar das celebrações sem comprometer a saúde.
    O açúcar, queridinho por muitos, quando consumido em excesso traz uma série de consequências para a saúde. Rodrigo explica que além de aumentar os níveis de glicose no sangue, o açúcar é altamente inflamatório, o que afeta todo o organismo. “A glicose em alta acelera o envelhecimento das células e prejudica a saúde da pele, além de estar associada ao aumento da gordura visceral, que traz riscos para o coração e para o fígado.”
    O consumo de açúcar concentrado em um curto período, como geralmente ocorre no final do ano, sobrecarrega o metabolismo, pois o organismo não consegue processar de forma eficiente um pico de açúcar. Isso aumenta a produção de gordura corporal e sobrecarrega o fígado.
    “Esse ‘efeito rebote’ pode ser ainda mais prejudicial, pois o corpo tende a acumular mais gordura nesse cenário e a lidar com um nível mais alto de inflamação.” conta o médico. “Além disso, o consumo exagerado em um curto espaço de tempo causa picos e quedas bruscas de glicose, o que leva à sensação de cansaço e até irritabilidade logo depois”, completa Schröder.
    Já o álcool tem impacto em praticamente todos os sistemas do corpo. Segundo o médico, a substância age como depressor do sistema nervoso central, e afeta a absorção de vitaminas e minerais essenciais.
    “A curto prazo, ele altera o funcionamento cerebral, prejudicando o raciocínio e a coordenação motora, além de causar desidratação. No longo prazo, pode provocar problemas no fígado, como esteatose e cirrose, aumentar o risco de doenças cardiovasculares e afetar o sistema imunológico, deixando o corpo mais suscetível a infecções”, explica.
    E sim, o álcool é bastante calórico, além de não oferecer valor nutricional. O doutor aponta que cada grama de álcool contém 7 calorias, mais do que os carboidratos e as proteínas, que têm 4 calorias por grama.
    Comumente consumido em momentos em que também se come de maneira exagerada, como em festas, o consumo excessivo de álcool contribui de forma significativa para engordar. “Esse consumo gera um efeito duplo no ganho de peso: calorias vazias e redução do metabolismo de gorduras, pois o corpo prioriza a metabolização do álcool”, pontua.
    A dica de ouro é ter um planejamento. “Opte por porções menores e dê preferência às proteínas e vegetais antes de consumir doces e bebidas alcoólicas. Beber bastante água é essencial para evitar desidratação e moderar o consumo de álcool. Além do mais, manter uma alimentação equilibrada antes das festas ajuda a minimizar os impactos, pois o corpo estará mais resistente aos excessos”.
    O médico também frisa a importância de se manter em movimento com alguma atividade física. “Isso melhora o metabolismo e ajuda o organismo a processar melhor o que foi ingerido”, propõe o médico.

    * Médico com graduação de Nutrologia Esportiva e Medicina do Esporte e mestrado em Nutrição e Dietética