A Comunidade Tradicional dos Arturos em Contagem terá restaurados dois espaços importantes e sagrados: a Casa Paterna e a Capela de Nossa Senhora do Rosário. O projeto de recuperação desses espaços foi contemplado dentro da segunda fase do Programa “Minas para Sempre”. O anúncio foi feito na segunda-feira (18/12) durante solenidade no Palácio da Liberdade, em Belo Horizonte, que contou com a presença da prefeita de Contagem, Marília Campos, de membros da comunidade tradicional, entre outros prefeitos e autoridades.
O projeto de restauração dos patrimônios dos Arturos foi contemplado com recursos da ordem de R$ 875 mil, oriundos de medidas compensatórias ambientais. Ao todo foram selecionados dez projetos em todo Estado, com destinação total de R$12,9 milhões em recursos.
Desde 2014, a Comunidade dos Arturos, de Contagem, é reconhecida como bem cultural de natureza imaterial, que constitui o patrimônio cultural mineiro, estando inscrita no Livro de Registro de Lugares do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha). O título foi concedido pelo Conselho Estadual de Patrimônio (Conep).
Arturos
A Comunidade Quilombola dos Arturos, situada na rua Capelinha, 1, no bairro Jardim Vera Cruz em Contagem, surgiu ao final do século XIX e se consolidou como um dos maiores e mais originais símbolos de resistência da cultura negra em Minas Gerais. Ela é constituída por aproximadamente 80 famílias, cerca de 500 pessoas, descendentes e agregados do casal Arthur Camilo Silvério e Carmelinda Maria da Silva, fundadores da comunidade.
Os Arturos se identificam como um grupo familiar que reside em propriedade coletiva. São bastante conhecidos em toda a região por causa de suas festividades religiosas, nas quais divulgam e preservam crenças folclórico-culturais, herdadas da ancestralidade africana.