Prevenção
A prefeita de Contagem, Marília Campos, anunciou na quarta-feira (9/6) que a administração municipal irá assumir a gestão de equipamentos de urgência e emergência no município e da maternidade municipal, sob o gerenciamento do Instituto de Gestão e Humanização – IGH.
A comunicação foi feita ao secretariado municipal e aos vereadores em reuniões remotas. Entre os motivos que levaram a Prefeitura a tomar essa decisão estão a falta de insumos, dívida com fornecedores, atraso nos salários dos servidores, irregularidades diversas e prestações de conta questionáveis. A intervenção está publicada no Diário Oficial de Contagem (DOC) sob o Decreto nº 176/2021.
De acordo com a prefeita, a fim de evitar um possível colapso, foi necessário assumir o controle do Hospital Municipal, UPAs e Centro Materno Infantil. “Nós estamos nomeando Eduardo Penna, que fará essa gestão, junto a uma equipe competente, e isso começa hoje. Ao mesmo tempo, estamos abrindo o chamamento público, visando a garantir um melhor atendimento à população”, destaca.
“Infelizmente não tivemos uma relação transparente com o IGH, que foi responsável por gerir parte da saúde do município nos últimos dois anos e meio. Diante de tantos fatos que surgiram, como atrasos de salários, estruturas quase abandonadas, insumos em falta e sem clareza nas prestações de conta ao município, vimos que a situação estava se agravando˜, completa.
O secretário de Saúde, Fabrício Simões, destacou que “o município não pode e nem vai responder por caos na saúde e, principalmente, por óbitos”. “A saúde está em evidência no mundo inteiro, vivemos um momento delicado e, até por isso, é necessário que sejam tomadas decisões que visem a proteção do cidadão”, completou.
Nomeado para a função, Eduardo Penna, que já foi secretário de Saúde de Contagem, garantiu uma mudança na gestão, salientando que a preocupação da administração é com a gestão correta dos recursos, uma prestação de serviço eficiente e profissionais amparados. “Vamos destituir toda a gestão diretora do IGH. Teremos autonomia e chamaremos todos os fornecedores para negociarmos, além de garantir os direitos trabalhistas daqueles que hoje estão trabalhando nesses locais. Será uma transição para aquilo que virá depois e para evitar um problema ainda maior”.
Reparos e reformas nas unidades
As secretarias de Saúde e Obras e Serviços Urbanos, vai realizar um levantamento nas unidades de saúde (Hospital Municipal de Contagem, Centro Materno Infantil e as UPAs Ressaca, Petrolândia, JK, Vargem das Flores e Sede) para identificar pontos que necessitam de reformas e consertos necessários.
O levantamento foi determinado na quarta-feira (9/6) pela prefeita de Contagem, Marília Campos. Ela anunciou a medida durante encontro com os servidores da saúde para esclarecer questões sobre a intervenção nessas unidades.
“Desde que assumi a prefeitura, visitei o complexo hospitalar e unidades de saúde, e vi muitos lugares que precisam de reforma e conserto. Enquanto deputada, aloquei R$ 5 milhões em recursos para a saúde de Contagem. Além disso, fizemos um esforço, juntos às secretarias, para levantar cerca de R$ 7 milhões em caixa para obras na saúde. Então, estou determinando neste momento, o levantamento das reformas necessárias e colocando este recurso para fazer os reparos”, disse a prefeita.
Mobilização
Além da abertura para o diálogo, que é uma bandeira da nova gestão, os trabalhadores da saúde receberam um comunicado da Prefeitura em que são tranquilizados quanto ao processo e convidados a participarem da ação, apontando demandas e problemas nas unidades, para que as soluções sejam construídas em conjunto.
“Não poderia deixar de me reunir com representantes dos trabalhadores e trabalhadoras desse setor tão importante que é a saúde. Nosso convite é para que eles nos ajudem neste momento. Os servidores, por meio da mobilização e do diálogo, tiveram um papel fundamental na tomada da decisão pela intervenção e queremos manter essa relação próxima com todos”, disse Marília.
Melhoria no cuidado e valorização dos servidores
O secretário municipal de Saúde de Contagem, Fabrício Simões, explicou aos servidores presentes que a medida é necessária para melhorar a qualidade do serviço prestado. No fim, ele agradeceu aos trabalhadores pela dedicação, mesmo em meio aos desafios, no enfrentamento à pandemia da Covid-19.
“Chegamos ao momento em que não poderíamos esperar um tempo maior, pois estávamos colocando em risco a conduta ética e profissional dos trabalhadores em relação ao trabalho que executam. Essa intervenção visa a proteger os trabalhadores, a rede de urgência e emergência de Contagem e, principalmente, proteger os cidadãos. Tudo feito com muito cuidado e carinho. O intuito agora é melhorar e seguir avançando para uma assistência de qualidade, sem falta, desabastecimento ou atrasos”, disse.
Durante o encontro, os servidores tiveram a oportunidade de relatar demandas à Prefeitura, como o caso do técnico em enfermagem Edson Gonçalves de Oliveira. “Temos problemas na manutenção, buracos no corredor, que provocam risco de queda dos pacientes, falta de funcionários no almoxarifado e outras questões. Espero que tudo isso seja solucionado”, disse o servidor.
Quem também participou foi a enfermeira Kelly Ribeiro Alves Teixeira, que elogiou a medida adotada pela Prefeitura. “Antes de tudo, quero parabenizar a prefeita pelo desafio que está assumindo, pois não vai ser fácil. Podem contar comigo. Hoje temos falta de insumos na urgência e emergência, está faltando coisas e está complicado trabalhar. Mas tenho fé que venceremos tudo isso”, enfatizou.