“Mano, olha isso”, diz o cantor MC Gui, ao filmar uma menina em um trem da Disney, nos Estados Unidos. Ele e os amigos riem da situação. A criança aparenta estar ciente, incomodada e constrangida com a situação. O episódio foi filmado e compartilhado pelo músico de 21 anos em seus stories, no Instagram, na última segunda-feira (21).
O assunto se tornou um dos mais comentados no Twitter no mundo e o repúdio também.
O MC gravou um vídeo falando que não praticou bullying, que estava somente fazendo um comentário sobre a menina vestida como a personagem Boo, do filme “Monstros S.A”.
A desculpa não colou e o funkeiro foi bombardeado na internet, teve shows cancelados, uma loja que vendia produtos licenciados pelo músico anunciou que não comercializará mais nada relacionado a ele, e até famosos como Jojo Toddynho detonaram MC Gui pela polêmica.
O episódio envolvendo MC Gui traz à tona o debate sobre a ampla exposição de crianças em situações vexatórias na internet e em redes sociais em vídeos, fotos e memes, muitos virais.
Outras dezenas de casos que tem o bullying como motivação, acontece diariamente no mundo, seja nas escolas no trabalho ou em qualquer lugar. Isso revela uma violência cada vez mais presente no dia a dia.
Em 2015, o psiquiatra americano Timothy Brewerton, que tratou de alguns dos estudantes sobreviventes do massacre de Columbine, apresentou, no Rio, estudo realizado pelo serviço secreto do país cujo resultado apontou que, nos 66 ataques em escolas que ocorreram no mundo de 1966 a 2011, 87% dos atiradores sofriam bullying e foram movidos pelo desejo de vingança. A pesquisa apontou que em 76% dos ataques no mundo os assassinos eram adolescentes e tinham fácil acesso às armas de parentes.
Segundo a Unicef, um em cada três jovens entre 13 e 15 anos de idade é vítima de bullying na escola em todo o mundo.
Casos de agressões como esse, física ou emocional, revelam que estamos lidando com um sintoma social que compromete nossos jovens.
A infância e o futuro das crianças envolvidas, sejam elas alvo ou agressores. Bullying não é exagero, não é drama, não é piada inofensiva. Subestimar a essa violência e negligenciar esta realidade poderá ocasionar novas histórias trágicas.
Em algumas situações, os casos de bulling podem parar na Justiça e culminar em indenização por danos morais. Fica a dica.