Tem uma máxima da ciência que fala que as maiores descobertas vêm dos erros. Quando você é um cientista, te incentivam a errar. Na ciência da vida diária, no entanto, vivemos na ilusão de que só seremos felizes acertando. Para Frésia As, fisioterapeuta que realiza um trabalho de saúde integrativa com foco nas causas emocionais e nas memórias traumáticas que causam doenças, os maiores entendimentos, os grandes aprendizados, acontecem quando cometemos erros:
é errando que se aprende, se entende e se concretiza valores e sonhos reais. Ao nos negarmos essa possibilidade, vivendo com medo do erro, evitamos que aconteçam nossas maiores aventuras.
Frésia lembra: “ninguém é bom o tempo todo. É, inclusive, uma questão forte de ego acreditar que se pode acertar sempre e nunca cometer erros. No entanto, desde criança, somos ensinados que o mundo é de quem acerta, de quem não erra, daqueles que tiram nota dez ou conceito A. Imagine alguém que sempre foi o melhor aluno, a pessoa mais popular da escola, o quanto terá que fazer para manter essa “qualidade” de vida, não se permitindo errar”. Se sou o melhor, não há lugar para erro, afinal, certo? Para Frésia, errado:
o grande barato da vida está no questionamento e no aprendizado. Os erros são nossa principal ferramenta de aperfeiçoamento. Quem sai do vitimismo, da culpa, e consegue olhar para o erro, acolher aquela pisada de bola e aprender com isso, sai sempre aprimorado da experiência.
Tudo são experiências, na verdade. Boas ou ruins, seguimos em frente, depois. Podemos seguir carregando aquele erro nas costas, como se fosse uma bagagem pesada, nossa cruz. Ou podemos seguir leves, entendendo que o que aconteceu pode não se repetir, é só prestar mais atenção na estrada, enfatiza ela.
O modo como você encara seus fracassos fala muito de você
Para Frésia, pessoas que têm dificuldade em aceitar o erro sofrem constantemente com orgulho ferido. Mas, segundo a fisioterapeuta, existem outros fatores que podem influenciar no modo como encaramos nossos fracassos: “as crenças limitantes e nosso sistema familiar estão intimamente envolvidos. É a velha história de “seguir os passos do pai”, ou de qualquer antepassado bem-sucedido, seguir a linha da família, a empresa, o talento. Esse tipo de comportamento não leva em conta que somos diferentes e que, portanto, podemos construir histórias diferentes”, explica ela.
Sair fora da curva e quebrar um padrão é desafiante. É preciso admitir que é possível, sim, errar. E assumir as consequências, mesmo que todo mundo diga “eu falei”, logo depois. Porque, obviamente, quem segue padrões deseja, a todo custo, confirma-lo. E, Frésia lembra, um quebrador de padrões é, antes de tudo, um bravo, que vai seguir seu coração, acima de todas as consequências: “seu fracasso pode ser o seu maior triunfo, sempre vai depender do quanto você estiver disposto a abdicar da sua segurança para enfrenta-lo. É como dizem: nosso milagre pode estar logo ali, um pouco fora da nossa zona de conforto”.