Desde que assumiu a Igreja Matriz de São Gonçalo, há dois anos, o padre José Fernando de Mello tem dado ânimo novo à comunidade. Além da evangelização de adultos, jovens e crianças, tem se dedicado à formação permanente de seus paroquianos que atuam nos conselhos, catequeses de crisma e batismo, e especialmente, ao trabalho pastoral realizado de forma voluntária pelos paroquianos que aceitam colocar os seus dons a serviço das pessoas da comunidade.
Neste sentido, as pastorais sociais têm recebido especial atenção do padre Fernando. A grande preocupação do religioso, que em sua trajetória dedicou seu ministério a diversos trabalhos sociais, é com os moradores em situação de rua. Um destes trabalhos é o Projeto Pão Nosso que o pároco trouxe para a paróquia, composta por nove comunidades.
O Papa Francisco, em sua primeira Exortação Apostólica, refere-se às pastorais dizendo que é enorme a contribuição da igreja no mundo atual e completa:
Agradeço o belo exemplo que me dão tantos cristãos que oferecem a sua vida e o seu tempo com alegria. Este testemunho faz-me muito bem e me apoia na minha aspiração pessoal de superar o egoísmo para uma dedicação maior.
Pão Nosso acolhe e humaniza
Há um ano Padre Fernando criou na paróquia São Gonçalo o projeto “Pão nosso”, um serviço voltado à recuperação, proteção e acompanhamento do morador em situação de rua, a exemplo do que desenvolvia na paróquia Santo Cura D’Ars, em Belo Horizonte. “Sempre gostei de cuidar de pessoas necessitadas. É um trabalho desafiador e gratificante”, diz.
Ele conta que um ônibus doado pela Viação São Gonçalo foi adaptado e transformado em um centro de atendimento que percorre diversos pontos da cidade toda quarta-feira, a partir das 19h, levando os alimentos doados e os voluntários da comunidade.
Estes voluntários abordam os moradores em situação de rua e promovem o acolhimento e o encaminhamento para a Casa Santa Terezinha, no bairro Alvorada, onde podem fazer higiene pessoal, almoçar e descansar. O projeto tem também o objetivo de levar uma palavra de conforto e esperança, e possibilidades de trabalho.
“São pessoas muito fragilizadas. Têm uma trajetória familiar e até mesmo econômica que as levou a esta condição de morador de rua. Cada um tem sua história e são histórias consistentes. A gente não deve nunca julgar. Uma pessoa vai morar na rua porque perdeu o vínculo familiar, perdeu a esperança. O que fazemos é um trabalho de acolhida, de humanidade.”, explica o religioso.
Ele destaca que a realização do projeto só foi possível graças aos paroquianos, que abraçaram a causa e o ajudam em todas as necessidades, campanhas e eventos da Paróquia.
O interessante do projeto Pão Nosso é que todo o trabalho é feito por voluntários. Estou trabalhando para que as pessoas da comunidade se movimentem para o voluntariado, conta.
Segundo padre Fernando, a comunidade tem doado muito e contribuído para o crescimento do projeto. Mas é necessário ainda mais.
Precisamos de mais recursos para continuar este trabalho de resgate da humanidade destas pessoas que vivem nas ruas de nossa cidade. Esperamos contar inclusive com a ajuda da nova administração.
Além da ajuda para manter o projeto, o padre espera contar com a Administração Municipal no sentido de oferecer meios para a inserção daqueles que desejam sair das ruas e ter uma vida ativa na sociedade.
Este é um problema social. Precisamos que a Prefeitura dê continuidade a acolhida feita pelo Projeto Pão Nosso, promovendo a autonomia e inserção no mercado de trabalho daqueles moradores de rua que ainda têm condições de voltar ao trabalho, observa o pároco.
Opção preferencial pelos pobres
Padre Fernando lembra que o papa Francisco, com sua atenção pelos pobres e excluídos, tem fortalecido muito aqueles que se dedicam aos que sofrem as consequências da discriminação, do preconceito, da falta de oportunidades.
Com todos seus documentos, suas falas, ele tem nos fortalecido muito.
Ele destaca que a arquidiocese de Belo Horizonte, tem trabalhado a opção preferencial não só pelos pobres e excluídos, mas também pelos jovens. “Nós, da paróquia São Gonçalo estamos nos organizando para promover ações evangelizadoras para a juventude.” Além do Encontro de Jovens em Cristo (EJC), movimento que reúne jovens de 18 a 35 anos, a paróquia conta com o “grupo semente”, criado pelo padre Fernando para jovens de 15 a 18 anos e que atualmente conta com 100 participantes.
Casa de oração – A família também está entre os projetos do pároco. Ele revela que tem um projeto de criar uma casa de oração que seria como um pronto socorro espiritual para a família, um local de aconchego, de acolhida. E lembra o papa Francisco que disse que a “Igreja jamais abandona a família, mesmo quando está é degradada, ferida, cai no pecado ou quando se afasta da igreja”. A paróquia já realiza o Encontro de Casais em Cristo (ECC), um serviço em favor da evangelização das famílias.
Outro projeto que funciona nas comunidades São Geraldo, São Rafael (Funcionários) e São José (Santa Helena) e que está dando muito certo, segundo o padre Fernando, é o Mães Orando pelos Filhos (Morf). As mães se reúnem toda 2ª feira à noite durante uma hora e meia. Após a leitura bíblica, elas se colocam em oração para seus filhos. Todo mês é feito o sorteio de uma missa a ser celebrada pelo padre Fernando na casa de uma das participantes.
Teologia – Um projeto do pároco para 2017 é a realização do curso de Teologia Viva, para dar oportunidade a leigos da paróquia de receber uma formação que os ajude a aprofundarem a própria fé. “Não adianta só rezar, a gente precisa conhecer Jesus para saber o que realmente é amor e para amá-lo mais e, consequentemente, amar as pessoas que nos cercam. Quanto você estuda a alma fica grande, você cresce”, afirma o religioso.
Padre Fernando – Nascido em Barbacena, no Campo das Vertentes, interior de Minas Gerais, padre José Fernando de Mello é formado em teologia pela PUC/Minas, e atuou nas paróquias Santa Catarina Labouré e Santo Cura D´Ars, em Belo Horizonte, antes de vir para Contagem.
Na área educacional, está há quase 28 anos na Sociedade Mineira de Cultura, mantenedora da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC/Minas). Atualmente é diretor da Unidade Contagem do Colégio Santa Maria.
Novena de Natal
A Novena de Natal, que este ano traz o tema “[…] e ele próprio será a paz” (Mq 5,4), é o momento em que as pessoas se unem em todo país para rezar em pequenas comunidades, em família, com os vizinhos, na espera do Salvador e na renovação da esperança de um tempo novo.
Passagens bíblicas bem escolhidas e apropriadas, vão alimentar os participantes ao longo dos nove encontros que apresentam um resumo da história da salvação, desde a criação do mundo até a vinda de Jesus Cristo. “Viver é fácil, o desafio hoje, no Século XXI, é conviver”, diz padre Fernando, ao destacar que a Novena de Natal é a ocasião ideal para “renovarmos nosso compromisso de promover a paz, tão importante nos dias atuais”.
Programação Natal na Matriz de São Gonçalo
18 de dezembro – Almoço para os moradores em situação de rua na Casa Santa Terezinha, no bairro Alvorada.
MISSA DO GALO/NATAL
MISSAS SOLENES:
Dia 24 de dezembro (sábado)
Igreja Santa Helena: 18h
Matriz São Gonçalo: 19h
Igreja São Geraldo: 19h30
Igreja São José: 19h30
Igreja São Rafael: 19h30
Dia 25 de dezembro (domingo)
Horários normais de missas nas
Comunidades e Matriz
MISSA DE ANO NOVO
MISSAS SOLENES:
Dia 31 de dezembro (domingo)
Igreja Santa Helena: 18h
Matriz São Gonçalo: 19h
Igreja São Geraldo: 19h30
Igreja São José: 19h30
Igreja Nossa Senhora do Carmo: 19h30
Dia 01 de janeiro (domingo)
Horários normais de missas
nas Comunidades e Matriz
10h30 – Missa de posse – Prefeito e vereadores eleitos, na Matriz São Gonçalo.