A forte chuva que caiu em Contagem na terça-feira (13) causou transtorno para a população e deixou diversos estragos pela cidade. O tempo passa, governantes entram e saem do poder e a cidade continua sofrendo com as chuvas e suas consequências, que muitas vezes, além das perdas materiais, interrompe vidas.
Quando chove muito, como agora, todos sabem que vai haver inundação nos mesmos locais em que ouve nos anos anteriores. As pessoas choram pelos seus mortos e pelo patrimônio perdido, mas tão logo as chuvas param tudo continua como antes. Muitas vezes os estragos causados pelas chuvas de anos anteriores ainda não foram consertados quando nova chuva chega causando mais destruição.
Na Avenida Dílson de Oliveira (antiga Avenida Maracanã), no bairro Alvorada, diversas residências e casas comerciais ficaram inundadas com a chuva do dia 13. “Só deu tempo de tirar meu filho de cinco anos de dentro de casa, antes das paredes desabarem”, conta o motorista José Jorge de Souza. Ele e outros moradores da Avenida Dílson de Oliveira, como os senhores João Alves e José Brumas, tiveram suas casas destruídas.
“Parece que estamos vivendo um pesadelo e ainda não acordamos”. Este é o sentimento do casal Cláudia e José Brumas que contou com a solidariedade de amigos para recuperar o que sobrou depois que a água invadiu a casa onde moram na Avenida.
Tragédia anunciada – No bairro Jardim Marrocos, moradores da Rua Nossa Senhora do Perpétuo Socorro convivem com problemas causados pelas chuvas de outubro de 2014 e temem por uma tragédia cada vez que chove em Contagem, o que tem acontecido intensamente nos últimos dias.
Há dois anos atrás, quando todo o país pedia aos céus que chovesse muito para evitar o racionamento de água, eles desejavam o contrário. Na época o jornal contagem publicou matéria sobre a apreensão das famílias que viviam no local com o que lhes podia acontecer com a chegada das águas.
E a preocupação deles tinha motivo. Com as chuvas que caíram três meses antes o asfalto da rua cedeu e abriu uma cratera impedindo o acesso a pelo menos metade da via. Segundo José Cardoso da Silva, morador do número 531, funcionários da prefeitura estiveram no local e garantiram que o problema seria resolvido.
Eles disseram que a responsabilidade era da Copasa, pois se tratava de uma adutora que havia rompido, disse.
No entanto, segundo o José Cardoso, já se passaram mais de dois anos desde que a chuva abriu uma cratera na rua, e nada foi feito. “Os problemas que já existiam em 2014 persistem e aumentaram com o passar dos anos”, relata o morador, que é portador de deficiência física e tem muita dificuldade para se locomover no trecho onde mora na Rua Nossa Senhora do Perpétuo Socorro.
O morador está preocupado também com as crianças, pois, no local tem uma vala de mais de 50 centímetros de diâmetro. “A Copasa já fez a parte que lhe cabia. Falta agora a da Prefeitura consertar a rua, resolver o problema”, afirma ao destacar que as intensas chuvas verificadas neste mês de dezembro podem causar uma grande tragédia, uma vez nada foi feito desde os problemas causados pelas chuvas de 2014.
Sabemos que as chuvas ocorrerão e causarão inundações, desabamentos e mortes. Infelizmente, sabemos também que nada será feito para prevenir os estragos causados pelas chuva. A falta de iniciativas essenciais para minimizar os danos, também é previsível.