terça-feira, 11 março

    Criação de parque

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    Embora considerem o Parque Fernão Dias, localizado entre os municípios de Betim e Contagem, como uma área de interesse ambiental, representantes do governo do Estado afirmaram que a transformação do espaço em um parque estadual não cumpre os critérios técnicos e legais necessários. Nesse sentido, eles enfatizaram a necessidade de um consenso sobre a melhor forma de caracterização e de gestão da área. O assunto foi discutido nesta quarta-feira (24), em uma audiência realizada pela Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).

    Ao justificar o parecer contrário emitido pelo Instituto Estadual de Florestas (IEF) quanto à criação do Parque Estadual Fernão Dias, o gerente de compensação ambiental do órgão, Ronaldo José Magalhães, disse que pelos estudos realizados foi constatado que não existiriam no espaço os atributos ambientais para a instituição de uma unidade de conservação integral do tipo parque estadual.

    Isso não quer dizer que os municípios não possam abarcar e criar uma unidade de conservação municipal. Ou até mesmo a criação de uma unidade de uso sustentável, como era previsto inicialmente no projeto, que talvez fosse mais adequado ao ambiente que temos aqui, com grande interferência humana e descaraterizado do ponto de vista biológico, disse.

    Segundo Magalhães, a eventual instituição de um parque estadual poderia até mesmo trazer restrições e conflitos aos usos pretendidos para o espaço. “Precisamos avançar no ponto de vista de discussão de qual a melhor categoria se adequaria a essa realidade. O IEF não fala que aqui não deve ser unidade de conservação. Estamos preocupados com a caraterização da área”, pontuou Magalhães que considerou como válida a tentativa de se achar uma solução que se adeque à necessidade da sociedade, que é legitima.

    A área do parque é de 985.849 m² e foi doada no fim da década de 1970 ao Estado para a criação de um parque urbano. Originalmente, a proposição pretendia transformar a unidade em uma área de proteção ambiental (APA), mas na forma como foi aprovado em 1° turno pelo Plenário, o projeto passaria a criar uma unidade de conservação integral do tipo parque estadual.