O leite e seus derivados merecem destaque por constituírem um grupo de alimentos de grande valor nutricional, uma vez que são fontes consideráveis de proteínas de alto valor biológico, além de conterem vitaminas e minerais. O consumo habitual desses alimentos é recomendado, principalmente, para que se atinja a adequação diária de ingestão de cálcio, um nutriente que, dentre outras funções, é fundamental para a formação e a manutenção da estrutura óssea do organismo.
Os resultados da última edição da Pesquisa de Orçamento Familiar 2008-2009 (POF) indicam que a ingestão de leite e derivados é maior conforme ocorre o aumento da renda familiar e do grau de escolaridade da população. Dentre os lácteos, o leite integral é a variante preferida de consumo, apresentando participação média de ingestão de 12,4%, sendo ligeiramente mais frequente entre as mulheres (13%) do que entre os homens (11,8%) (IBGE, 2010). A POF destaca também que a aquisição de leite de vaca fresco (ou cru) ainda é uma conduta adotada por uma minoria dos brasileiros, em particular àqueles da área rural, sendo que para eles a ingestão foi 211% maior do que a média nacional.
O consumo de leite desnatado e de laticínios com menor teor de gordura representa menos de 10% do total de ingestão e está diretamente associado ao aumento da renda. Estes produtos são usualmente recomendados como opção adequada para uma alimentação saudável, que vise a redução de ingestão de gordura saturada (IBGE, 2010). Para indivíduos saudáveis que necessitam de 2.000 kcal/dia, de acordo com a Pirâmide Alimentar adaptada à população brasileira, recomenda-se o consumo diário de três porções de lácteos como forma de contribuir para que sejam atingidas as recomendações diárias de cálcio e proteínas para a manutenção da saúde. Um copo de leite (200 mL) corresponde a uma dessas porções. O leite é considerado o principal alimento fonte de cálcio para a nutrição humana (FAO, 2013).