As redes sociais são, realmente, instrumentos de mudança na vida do cidadão. Se para melhor ou para pior, só o tempo dirá. Todavia, é possível perceber algumas situações que fazem pensar. O ano começou com a plataforma do Facebook carregada de posts sobre a decisão do prefeito de conceder, via decreto, a isenção de impostos para as empresas de ônibus de Contagem. No mesmo documento, autorizou o aumento do valor das passagens nos coletivos administrados pela Transcon.
O que mais causou estranheza – e revolta dos internautas – é que essas medidas foram propostas pelo Executivo para aprovação pela Câmara Municipal. Apreciada em primeiro turno, elas chegaram a ser aprovadas, mas diante da colossal reação popular, com manifestações nas redes sociais e em plenário, contrária à medida, o Poder Legislativo voltou atrás e recusou a proposta, enviando-a para arquivo.
Para muitos, o gesto, cheio de “suspeitas e contradições, é uma violência à vontade popular, manifestada na mobilização feita através das redes sociais, e também representada no voto dos vereadores, a quem se elegeu para este fim”.
Outros, argumerntam que “infelizmente o povão não fica sabendo de nada. Vai tomar conhecimento apenas do aumento da passagem quando usar o transporte público. A forma, o procedimento, a anistia e o perdão dos impostos aos empresários do transporte urbano concedido na calada da noite, enquanto a Câmara estava de recesso, só quem está atento e acompanhando o dia a dia da política da cidade é que toma conhecimento”.
Muitas são as perguntas que foram feitas desde então e continuam sem respostas. Afinal, por que tamanho empenho para garantir tal isenção de impostos? Por que as empresas de ônibus não podem perder parte do seu lucro, ao mesmo tempo em que a população assiste, impotente, a redução sistemática do poder de compra do seu salário? A justificativa do projeto apresentada na câmara é de que a isenção seria integralmente revertida para amortecer o aumento da passagem de ônibus. Se teve isenção, por que o aumento?
Não bastasse isso, como fica o Poder Legislativo Municipal diante da postura do prefeito? Que medidas serão tomadas. O fim do recesso parlamentar, em fevereiro, promete!