Vanessa Prado é gastróloga e trabalha em escola de Educação Infantil. Com experiência adquirida ao longo dos anos atuando com a alimentação de crianças, ela garante: a formação e a adoção dos hábitos saudáveis devem ser estimuladas logo nos primeiros anos.
Para introduzir a alimentação saudável na rotina das crianças, a escola tem papel fundamental. Uma das propostas que desenvolvemos é que os pequenos participem da elaboração de receitas de fácil compreensão e de manuseio rápido, por isso implantamos o projeto“Cozinha Experimental.
Os alunos colaboram no preparo de doces de abóbora e de batata doce, além de brigadeiro de cenoura. Gelatina de beterraba e sucos em geral também estão incluídos na lista de lanches”, diz Vanessa.
A gastróloga reconhece que é difícil fazer as crianças trocarem as batatas fritas por brócolis, tomate e alface. A solução, segundo ela, está nas cores dos alimentos: o prato deve ser o mais colorido possível.
“Os alunos aprendem que a refeição deve ter, no mínimo, cinco cores. Algumas crianças contam que nunca comeram frutas, e que não gostam de legumes ou de salada verde de jeito nenhum. Mas aos poucos mudam de opinião e pedem refeições como caldo verde de mandioquinha com couve, salada de frutas, tapioca, sucos naturais e espinafre refogado com cenoura”, afirma Vanessa, que acrescentou:
“Na escola fazemos nossa parte e precisamos que os pais ajudem oferendo alimentos saudáveis em casa também. A beterraba, por exemplo, pode ser inserida em diversas refeições, como com arroz, no suco, na gelatina e refogadinha com outros legumes. É importante que as crianças aprendam a gostar de sabores saudáveis”.
Horta doméstica – Também investindo na alimentação saudável, os alunos aprendem na prática a cultivar uma horta, incentivados a ter contato com as plantas, os cuidados, a colheita, e os benefícios que esses ingredientes oferecem à saúde quando consumidos.
De acordo com a coordenadora pedagógica Silvana Emília Ferreira, são cultivados alface, coentro, cebolinha, hortelã, manjericão, e até frutas como o morango. Os pequenos recebem orientações como, por exemplo, regar os ingredientes corretamente, sem excessos, e em horários em que o sol não esteja muito forte.
Nosso objetivo é aproximar os alunos cada vez mais de atividades que gerem resultados positivos. Eles ficam sabendo que de uma semente nasce uma planta que é nutritiva se consumida. Eles participam do processo de plantio e colheita desde o início e fica mais fácil para eles entenderem que aquela ação só vai proporcionar benefícios, afirma Silvana.