Fatores climáticos extremos
Nesta semana, diversas regiões do Brasil estão enfrentando uma qualidade do ar severamente prejudicada, com alertas de “ruim” e “muito ruim” emitidos em várias cidades. Esse cenário é resultado direto das queimadas intensas, especialmente na Amazônia, que estão impactando todo o país.
De acordo com Gustavo Loiola, professor e consultor em sustentabilidade, o fenômeno dos “rios voadores” – correntes de ar que transportam vapor d’água da Amazônia para outras regiões do Brasil – é o responsável pela disseminação da fumaça dessas queimadas. “Estamos observando que as fumaças das queimadas estão pegando carona nesses rios voadores, e hoje mais de 60% do território brasileiro está sofrendo com essa questão”, explica.
O cenário atual é agravado por uma combinação de fatores climáticos extremos, incluindo a maior seca já registrada desde os anos 1980, que está deixando a vegetação mais suscetível ao fogo. “Essa seca extrema, combinada com a baixa umidade e ventos fortes, cria um ambiente mais propício para a propagação dos incêndios. Qualquer faísca pode gerar um incêndio de grandes dimensões”, diz.
As queimadas não são uma novidade no Brasil, mas a intensidade e a extensão dos incêndios em 2024 estão quebrando recordes históricos. As nuvens de fumaça resultantes não só obscurecem o céu em várias regiões, como também estão gerando preocupações significativas em relação à saúde pública.
O especialista alerta que os impactos das queimadas vão além da visibilidade reduzida e da qualidade do ar. “Estamos vivenciando um período de eventos climáticos extremos, e isso está desequilibrando o ecossistema. Essas mudanças impactam diretamente a saúde humana e o meio ambiente, agravando problemas respiratórios e outras condições de saúde”, enfatiza.
Em meio a esse cenário, a sociedade e os governos enfrentam o desafio de encontrar soluções para mitigar os impactos das mudanças climáticas e das queimadas. “A conscientização e o controle das queimadas, aliados a políticas públicas eficazes, são fundamentais para proteger a qualidade do ar e a saúde da população brasileira”, complementa Gustavo Loiola.