Entre 2000 e 2021, mais de 93 mil idosos morreram de desnutrição no Brasil. Os dados são de estudo publicado recentemente pela Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia. O período registrou uma queda na taxa de mortalidade por limitações nutricionais entre os indivíduos de 60 a 79 anos. Contudo, os números se mantiveram estáveis e elevados entre as pessoas acima de 80 anos. O levantamento usou dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde.
De acordo com a pesquisa, a desnutrição em idosos está relacionada à ingestão insuficiente de calorias e de proteínas. Como consequência, há um risco aumentado de quedas e fraturas. Além disso, as demências, as doenças crônicas, e os fatores socioeconômicos como a redução de renda na aposentadoria contribuem para o problema
Denise Perez, professora do curso de Nutrição do Centro Universitário Una, frisa a relevância de uma alimentação adequada para a saúde das pessoas a partir de 60 anos. “Melhora a qualidade de vida, diminui o risco de aparecimento de doenças como diabetes, hipertensão e cardiopatias, melhora a autonomia e proporciona uma longevidade saudável, com menos doenças”.
A docente indica o que deve ser priorizado na dieta do idoso. “O foco deve estar nos alimentos ricos em proteínas, vitaminas e cálcio, itens que costumam pesar no valor da cesta básica”.
A nutricionista ressalta como a ingestão inadequada afeta a saúde física e mental na terceira idade. “Isso pode gerar tanto o baixo quanto o excesso de peso, além de agravar doenças comuns do envelhecimento. A diminuição da variedade em nutrientes pode gerar problemas como perda de paladar e dificuldade de mastigação”.
Denise reforça que é possível prevenir as deficiências nutricionais nesse segmento da sociedade “com um plano alimentar correto e, se for o caso, com uma suplementação adequada. Dessa forma, reduzimos os riscos de problemas como desidratação, obesidade ou desnutrição”.
A docente salienta o papel da família e dos cuidadores na manutenção do esquema alimentar saudável da população mais velha. “A atuação deles é essencial, estimulando ou auxiliando no preparo das refeições, isso é, acompanhando de perto a vida desses indivíduos”.