Quadro mais grave
Nesse período do ano, que compreende o outono e o inverno, a saúde pública de Contagem se prepara para atender à demanda dos casos de doenças respiratórias, principalmente em crianças, que iniciam com uma gripe comum, ou seja, nariz escorrendo (coriza), febre baixa, às vezes tosse, espirros e obstrução nasal (nariz entupido), mas podem evoluir para um quadro mais grave, de forma rápida.
Por isso, especialistas alertam para que pais e responsáveis fiquem atentos e iniciem os cuidados logo que os primeiros sintomas apareçam, a fim de evitar o agravamento da doença.
De acordo com a pediatra e Referência Técnica Médica em Pediatria, do Centro Materno Infantil de Contagem (CMI), Aurora Souza, ao perceber que a criança ou bebê está começando a gripar, o indicado é lavar o narizinho com soro fisiológico, utilizando uma seringa fina sem agulha ou soro de jato fino, diariamente e várias vezes ao dia, lembrando que não se deve compartilhar o mesmo recipiente com outras crianças.
“Se observar que está começando a ter febre, é preciso tratá-la com medicações para a febre. Mas se, a partir do segundo dia, a criança apresentar alguma dificuldade respiratória, deve ser levada imediatamente para atendimento em uma unidade de saúde”, alertou a especialista.
Aurora Souza esclareceu que, como não existe um tratamento específico para síndromes gripais, o médico precisa avaliar o quadro, a fim de orientar os próximos passos, prescrevendo a medicação de acordo com os sintomas e indicando a observação contínua do paciente.
“Para casos mais graves, se necessário, será recomendada a internação na unidade de saúde. A bronquiolite, por exemplo, é uma doença cíclica, com períodos de melhora e piora às vezes no mesmo dia, os responsáveis devem observar a criança o tempo todo e um médico precisa reavaliá-la em caso de mudança do quadro ou até 24h após a consulta”, afirmou Aurora Souza.
Alerta aos pais
Especialistas do CMI estão alertando os pais e responsáveis sobre os cuidados e a importância de vigiar os sintomas, pois tem sido registrado um aumento significativo nas internações de crianças no município por agravamento, impulsionado pelas síndromes gripais.
Para a pediatra Au- rora Souza, mais do que os números de atendimentos, o que tem chamado a atenção, este ano, é a gravidade dos quadros e o acometimento de muitos recém-nascidos. “A infecção esse ano está evoluindo para quadros graves mais precocemente, e está atingindo mais os bebês menores também. O número de crianças graves no CTI está muito maior do que nos anos anteriores”, alertou.