O leitor fiel do JORNAL DE CONTAGEM POP NOTÍCIAS já percebeu que este espaço nobre do jornal é ocupado, sempre que possível, de reflexões as mais diversas. Anualmente, por ocasião do aniversário de Contagem, celebrado em 30 de agosto, desde que em 1911 se deu a emancipação política do município.
Refletir sobre momentos em que o cidadão percebe a arqueologia urbana que o permite conhecer o cotidiano dos antigos moradores do velho arraial do Registro e recriar o elo que une passado e presente. Perceber que também as cidades são dinâmicas, vivas, exigem transformação contínua, exigem vencer desafios e para isso é preciso fortalecer a cidadania e preservar identidades construídas.
Toda a gente contagense entende, com especial senso de oportunidade, que só será respeitada quando se respeitar, assumir o que realmente é.
Na forja do desenvolvimento, o fogo sagrado da produção, assoprado pelo fole das boas ideias e moldado com a bigorna da vontade de fazer permite inventar, maquinar, planejar, imaginar… realizar.
Sempre, o JC bradou em alto e bom tom, a necessidade de Contagem vivenciar o que diz a letra de seu hino: “labutam seus filhos felizes, buscando progresso e beleza, nos campos de lindos matizes, nas fábricas de tanta riqueza”. Alerta Contagem! A arte tecida por mãos hábeis de gente que trilha os tortuosos caminhos de um futuro melhor, fala de alegria que contagia esta senhora de fronte benfazeja, sorriso manso, tal como o de uma criança correndo livre na praça, o mesmo que passa deixando marcas como as do desemprego, da fome, da carência de recursos e da luta incessante, mencionar a derrota, imposta pela euforia antecipada das comemorações, da dura realidade se contrapondo aos sonhos.
Contagem viceja cada dia mais, em população, produção e realizações, em meio ao emaranhado de diferenças. A construção da cidade passa pelas mãos de cada um, nascido contagense ou não. A forja está à disposição e a cada um cabe construir o ideal. Deixar essa tarefa nas mãos de outros é correr riscos desnecessários, uma verdadeira armadilha.
A cidade chega aos 110 anos dando mostras de que apreendeu com a própria história, aprendeu que o caminho continua aberto. É tempo de comemorar e seguir em frente.