segunda-feira, 2 dezembro

    Volta ao trabalho e escolas fechadas

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    Em meio a flexibilização em alguns setores, uma preocupação entra em evidência: o que os pais podem fazer com os filhos enquanto as escolas permanecem fechadas? Todo o momento conturbado vivido atualmente tem prejudicado crianças em diversos sentidos e é necessário manter a atenção redobrada para cuidar da saúde emocional dos pequenos.
    A mudança brusca na rotina, além do estresse entre os adultos reflete no psicológico infantil. Segundo a psicóloga Ana Paula Ribeiro, muitas crianças sentem as consequências atuais. “É possível perceber isso no modo em como elas ficam mais agitadas, irritadas, agressivas e, até mesmo, deprimidas”, diz.
    A falta de socialização e rotina atrapalha o desenvolvimento saudável das crianças. “Assim como nós, adultos, precisamos de momentos de lazer e, principalmente, tarefas para ocupar o tempo e cumprir com obrigações, as crianças também precisam disso. E por serem muito novas, a energia acumulada é ainda maior e sem meios para esgotá-la, elas possuem muito mais dificuldade de controle que os adultos. Por isso, o tempo em casa se torna ainda mais desafiador nesse momento”, esclarece.
    O que fazer? – Ana Paula indica que o melhor caminho nesse momento é encontrar atividades que possam substituir a rotina antiga até que ela retorne. “Primeiramente, no caso em que os pais precisam trabalhar fora, lembre-se de reforçar sempre que você continua ali para o que elas precisarem. Deixá-las em casa com outro adulto, sem uma satisfação adequada, pode fazer com que elas se sintam abandonadas. Explique que, nesse momento, ficar em casa é um ato de heroísmo e que logo vai passar, assim elas podem ficar mais tranquilas”, orienta.
    Outro ponto fundamental é investir em atividades relaxantes mesmo em casa. “Crie uma rotina com brincadeiras, horário para TV e também para estudos. Para o adulto que ficar em casa enquanto o outro sai para trabalhar, faça atividades em que as crianças se sintam úteis. Por exemplo, ajuda para montar um prato especial – sempre lembrando de evitar objetos inadequados para a idade -, alguma tarefa doméstica leve que elas consigam fazer em segurança, dentre outras atividades”, recomenda.

    Fontes: Ana Paula Ribeiro Imbuzeiro, psicóloga, especialista em neuropsicologia, neurofeedback. Renata Fiuza, formada Administração com especialização em RH, empresária e fundadora do hotel infantil Sol & Lua.