segunda-feira, 2 dezembro

    É hora de repensar o mundo

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    A pandemia do coronavírus, que teve início na China e depois se espalhou para o mundo, tornando-se uma pandemia com mais de 724 mil casos confirmados e em torno de 134 mil mortes, impõe a necessidade de repensar o modelo econômico e de desenvolvimento capitalista que impera no mundo.
    Muitos analistas apontam que essa situação tem proporcionado graves impactos sobre as dinâmicas sociais e econômicas de diversos países e que as repercussões durarão muito mais tempo que a própria pandemia. A exemplo do que ocorre em países com sistemas de saúde bem organizados, como a Espanha e a Itália, os quais demostram que os efeitos da pandemia extrapolam a questão de saúde pública e a capacidade de resolutividade dos sistemas de saúde frente ao covid-19.
    No caso brasileiro, ainda estamos no início da epidemia no nosso país, , até o momento são 4.326 casos confirmados e 139 mortes, segundo o Ministério da Saúde, sendo a maioria dos casos e óbitos concentrados em São Paulo e Rio de Janeiro.
    Enquanto, estudam-se melhores tratamentos e vacinas para o covid-19, muitas estratégias de prevenção vêm sendo priorizadas nos diversos países do mundo, como a higienização das mãos com água e sabão ou álcool gel, além dos cuidados em lugares públicos até o isolamento social ou quarentena das pessoas em suas casas. Estratégias estas que priorizam a não disseminação do vírus pela população, já que o coronavírus 2019 possui uma taxa de letalidade de 15% (alta) em pessoas de faixa etária acima dos 60 anos e causa quadros respiratórios graves em pessoas que tenham outros problemas de saúde.
    Todo esse debate vem no contexto de que em alguns países, como os Estados Unidos e o Brasil, demonstram maior preocupação com a economia do mercado financeiro e não necessariamente com a realidade econômica dos trabalhadores. Além, da negação da possibilidade real de que muitas pessoas possam contrair a doença e vir a morrer em virtude das complicações agudas dessa síndrome gripal.
    Quando vemos posicionamentos políticos de Donald Trump e de Jair Bolsonaro, questionando a gravidade da pandemia da covid-19 e organizando ações voltadas para o mercado financeiro e para as grandes empresas, haja vista as declarações destes contrárias às estratégias de prevenção à propagação do coronavírus e não favoráveis à intervenção do Estado na economia em prol de todos, percebe-se que precisamos repensar o mundo.
    Pois uma sociedade na qual a importância do lucro e de interesses privados imperam sobre o bem-estar social da população como um todo e a relação com a natureza ainda é muito predatória, de tal forma, que a morte de muitas pessoas não tem valor frente ao desenvolvimento econômico, demonstra que o modo de vida capitalista não faz bem à saúde.