O outono começa nesta segunda-feira (20), às 7h29. A estação tem como característica menos chuva e temperaturas mais baixas. Até o dia 21 de junho, os dias de outono no Brasil serão marcados pela diminuição gradual do calor, tempo mais seco e maior incidência de ventos.De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), o outono de 2017 será marcado por mudanças rápidas nas condições do tempo e temperaturas oscilando entre os 18° e os 28° graus.
A chegada da estação, que sucede o verão brasileiro e antecede o inverno, traz consigo muito além das folhas no chão e da paisagem alaranjada, traz variações de temperatura e a transição do clima que impactam diretamente no nosso organismo e o sistema respiratório é um dos que mais sofrem com essas alterações.
De acordo com a Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF), o índice de doenças respiratórias aumenta em 40% nesta época do ano, o que leva ainda a um aumento no atendimento nos centros de saúde.
Quem já tem alguma doença respiratória crônica, como asma e principalmente DPOC (Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica), apresenta uma tendência muito maior em ter crises nessa época do ano, afirma o pneumologista Dr. José Jardim, professor-livre docente da Escola Paulista de Medicina da UNIFESP.
No Brasil, estima-se que cerca de cerca de 7 milhões de pessoas tenham DPOC, porém, somente 12% são diagnosticados e desses, apenas 18% recebem o tratamento adequado, segundo a Associação Brasileira de Portadores de DPOC.
A DPOC tem como sintomas iniciais a presença de tosse e catarro, como uma bronquite crônica, o que pode levar a muitas pessoas subestimarem os sinais. Progressivamente ela irá se desenvolver em enfisema, que é a destruição das paredes dos alvéolos. “A pessoa começa a sentir falta de ar que acaba prejudicando tarefas do seu dia a dia. Essa é uma doença sem cura e de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2020 a DPOC será a 3ª maior causa de morte no mundo“, alerta o pneumologista.
A DPOC é caracterizada pela obstrução do fluxo de ar associada à inflamação dos pulmões devido ao contato com gases e partículas nocivas, encontradas em fumaças como a do cigarro, químicos, madeira e poluição.
Além das características naturais desta época do ano que impactam na saúde respiratória, o outono também implica num maior acúmulo de poluentes na atmosfera, devido à diminuição de chuvas, o que prejudica ainda mais a vida de quem convive com a doença. Para evitar as crises e melhorar a qualidade de vida é necessário, além do diagnóstico correto e precoce, que o paciente inicie e mantenha o tratamento individual com diferentes especialistas, como pneumologista, fisioterapeuta e nutricionista.