Apesar da Copasa ter instalado sistema de tratamento de odor na Estação de Tratamento de Esgoto da cidade, o que já reduziu o mau cheiro na região, moradores dos bairros próximos ainda reclamam do odor gerado na ETE, especialmente à noite e aos domingos. Essa foi a principal conclusão da visita efetuada pela Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, por solicitação da deputada Marília Campos (PT).

Representante da Copasa, o diretor de operações da Região Metropolitana de Belo Horizonte, Rômulo Perilli, destacou que “a empresa trouxe a tecnologia mais moderna para fazer o tratamento do gás gerado na estação”. Segundo ele, o sistema é composto de pequenas usinas de tratamento, em que é confinada a área onde se gera o gás, o qual é tratado. Ele divulgou que foram gastos na obra em 2015 R$ 4 milhões, somente para tratar o odor, e outros R$ 7 milhões ainda serão utilizados para obras de ampliação da ETE, com previsão de término até o fim de 2017.

Mesmo com a unidade de tratamento do odor, os moradores ainda reclamam que o mau cheiro persiste em certos períodos do dia e da semana, conforme relatou Marília Campos. “Conviver permanentemente com o mau cheiro gera um grande desconforto na população”, avaliou. A ex-prefeita de Contagem relatou ter recebido muitas denúncias de moradores reclamando. Um dos relatos é de Osvaldo Vicente dos Passos, morador há 27 anos de Nova Contagem, onde fica a ETE. Ele disse que à noite escapa o mau cheiro de algum ponto da unidade, mas bem mais fraco que antes do tratamento do gás. “Antes, bem na hora do almoço, vinha aquele odor e você nem conseguia comer”, lembrou.

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Também Alan Cássio, morador do bairro Retiro, a duas ruas da ETE, afirmou que diariamente chega à sua casa um odor à noite e também aos domingos. Por sua vez, Ademar de Oliveira Roque, da Associação dos Moradores do Residencial Bouganville I, também na região, reclamou que a rede de esgotos no bairro, construída pela Copasa, está tendo entupimentos constantes.

Trinca permite odor – Quanto ao mau cheiro relatado pelo moradores, Perilli respondeu que o reator anaeróbico (que trata o gás) está com a laje trincada, permitindo o vazamento de um pouco de gás. “Com a implantação do segundo reator, que está em obras, vamos transferir o tratamento e, assim, poderemos consertar as trincas na laje do primeiro”, adiantou.